O presidente da Argentina, Javier Milei, deixará de voar em companhias aéreas comerciais como vinha fazendo em seus primeiros quatro meses de governo, uma prática com a qual buscava cortar gastos, informou seu porta-voz nesta terça-feira 16.
“O presidente não pode mais viajar em voos comerciais e o Ministério da Segurança enviou a todas as partes um relatório confidencial sobre o motivo dessa sugestão”, disse o porta-voz Manuel Adorni em entrevista coletiva.
Na segunda-feira 15, a ministra da Segurança, Patricia Bullrich, havia declarado ao canal LN+: “Não há dinheiro, mas é preciso cuidar do presidente.”
Espera-se que Milei e sua equipe comecem a utilizar o Boeing 757-256 “Tango 01” já nesta sexta-feira 19, em uma viagem a Bariloche, no sul do país, onde o presidente ultraliberal participará de um encontro com empresários.
Após assumir o comando em dezembro, Milei empreendeu um corte draconiano de gastos para tentar tirar a Argentina da crise econômica e, entre outras medidas, informou que ele e sua equipe deixariam de viajar nos três aviões de sua frota aérea.
Desde então, embarcou em aviões comerciais com uma comitiva reduzida e publicava vídeos em suas redes sociais nos quais aparecia cumprimentando e tirando “selfies” com os demais passageiros.
Assim ele foi ao balneário de Mar del Plata para visitar sua então namorada, a atriz Fátima Florez; e depois a Davos, sua estreia internacional como presidente, onde intrigou a elite econômica mundial ao advertir: “O Ocidente está em perigo.”
Naquela ocasião, o presidente festejou na rede X que sua decisão havia permitido economizar quase 400 mil dólares (2,1 milhões de reais) que saíam “do esforço dos argentinos”.
Sua última viagem foi na semana passada, quando voou aos Estados Unidos pela Aerolíneas Argentinas e se reuniu com o magnata Elon Musk no Texas.
A viagem continuaria em Copenhague, na Dinamarca, no sábado, mas Milei cancelou o trecho que restava e retornou a seu país para criar um “comitê de crise” pelo ataque iraniano a Israel naquele mesmo dia.
Milei expressou então sua “solidariedade e compromisso inabalável ao Estado de Israel”.