O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, decidiu rever a posição do partido e afirmou que vai recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra a absolvição do senador Sergio Moro (União-PR) no julgamento a que foi submetido no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR). A ação, que teve também o PT como autor, acusou o parlamentar de abuso de poder político e econômico nas eleições de 2022.
A decisão de recorrer ao TSE contraria o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que se colocou contra pelos eleitores de Moro serem os mesmos do PL – e dele, também.
“Vamos entrar com o recurso no TSE, sim. Essa retirada não ficaria bem para o partido e teríamos que arcar com a multa. Eu entrei com a ação para defender os interesses políticos do partido e seguirei agindo desta maneira. Tenho que defender os parceiros do PL”, disse Costa Neto em entrevista ao jornal O Globo publicada nesta sexta (19).
No começo da semana, ele havia afirmado ao mesmo
jornal que tinha a intenção de “retirar o recurso” do partido contra Moro, e
que tentaria negociar com o escritório de advocacia que representa o partido a
revisão de uma multa de R$ 1,2 milhão prevista em contrato caso não recorresse.
Na semana passada, o TRE-PR absolveu Moro por 5
a 2 ao formar maioria no entendimento do relator do caso na Corte, o
desembargador Luciano Carrasco Falavinha Souza. Acompanharam o voto os
desembargadores Cláudia Cristina Cristofani, Guilherme Frederico Hernandes
Denz, Anderson Ricardo Fogaça e o presidente da Corte, Sigurd Roberto Bengtsson.
Ao jornal Correio Braziliense, o advogado Guilherme Ruiz, que atuou para o PL no julgamento, afirmou que não recebeu nenhum pedido para o partido desistir da ação contra o ex-juiz da Lava Jato.
“O jurídico do PL, nem nosso escritório, recebeu pedido algum para desistir da ação ou do recurso caso o pedido seja negado no TRE-PR. Qualquer pedido desse tipo seria visto com grande surpresa por nós”, pontuou.