O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse que o baixo orçamento da instituição pode impactar o funcionamento do Pix no futuro.

Ele ressaltou que apenas a aprovação da autonomia financeira e administrativa do órgão será capaz de garantir que o BC tenha verba suficiente para manter a rede Pix em pleno funcionamento.

Além disso, Campos Neto também disse que é muito difícil para o BC fazer inovações sem poder controlar o próprio orçamento, uma vez que o valor para investimentos em 2024 foi de R$ 15 milhões.

Isso é um quinto do que foi 5 anos atrás. A gente chega no risco de uma hora falar: como é que a gente vai fazer rodar o Pix?

Campos Neto salientou que a autonomia financeira do BC não é um projeto pessoal, uma vez que, caso seja aprovada pelo Congresso, ela só deve valer para 2025. Ou seja, quando ele já tiver deixado o cargo de presidente.

No caso do Brasil, essa autonomia nem é autonomia, é uma modernização. Do lado dos funcionários, eu tenho uma incapacidade de gestão, que é grave.

Outro ponto comentado pelo presidente do BC é a recente greve de funcionários da autoridade monetária, uma vez que ela tem prejudicado a “agenda de inovações” do banco. Um exemplo citado é o Drex, que é conhecido como o “real digital”.

Por fim, Campos Neto revelou que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não é contra a autonomia financeira do BC, mas disse que ele defende que é preciso esclarecer alguns pontos do projeto de lei.