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    Oposição critica reforma e promete trabalhar por projetos próprios

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    Parlamentares de oposição ligados a setores produtivos esboçaram críticas ao projeto da regulamentação da reforma tributária apresentado nesta quarta-feira (24) pelo ministro da Rancho, Fernando Haddad, ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). O calhamaço de 360 paginas e 500 artigos, ainda não foi analisado no pormenor pelos congressistas, mas alguns pontos polêmicos já saltaram aos olhos e foram claro de considerações.

    Os parlamentares prometem trabalhar prioritariamente para aprovação dos seus próprios projetos de regulamentação, elaborados pelos grupos de trabalhos de 26 bancadas do Congresso. Num movimento inédito, as frentes parlamentares se anteciparam e protocolaram 13 projetos sobre o tema em 17 de abril.

    Um dos pontos mais polêmicos do projeto apresentado por Haddad continua sendo a cesta básica, com produtos de alíquota zero. O deputado Domingos Sávio (PL-MG), presidente da Frente Parlamentar do Negócio e Serviços (FCS), classificou a lista de 18 itens da cesta do governo uma vez que “miserável”.

    “O Parlamento já deixou simples que defenderíamos uma cesta básica ampla, que garanta condições nutricionais plenas e saudáveis.”, afirma. ” Agora o governo apresenta uma cesta que não tem uma proteína. Praticamente exclui todas as carnes, bovina, suína, de aves, de peixes. Só deixa ovo. É uma cesta miserável, um retrocesso em relação a que temos”, afirma Sávio.

    Para o deputado, o mecanismo mantido de “cashback” (reembolso parcial de impostos) uma vez que ressarcimento também é um equívoco. “É uma proposta populista, não explica com transparência qual será a risca de galanteio desse cashback. A menos que ele fosse dar para 90% da população brasileira”, afirma. “É uma proposta indecente, de fazer populismo usando a pobreza. Remunerar para receber de volta? Portanto, por que remunerar?”, questiona.

    O governo, segundo Sávio, está misturando uma reforma tributária sobre o consumo com uma política de distribuição de renda. “Política de distribuição você faz com o imposto de renda e com a realização orçamentária privilegiando os mais pobres. Com isso concordamos 100%. Agora querer dar uma tributação diferenciada por renda é inadmissível”.

    A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) também se manifestou, em nota, contra o mecanismo. “Reforçamos nossa posição sobre a desoneração da Cesta Básica, sem cashback, para famílias que necessitam de entrada à comida barata e de qualidade, uma vez que medida urgente e necessária para combater a inflação de provisões”.

    “Imposto do perversão” inclui minério de ferro

    Há criticas também em relação ao Imposto Seletivo, previsto na emenda constitucional da reforma promulgada no ano pretérito e voltado a desestimular o consumo de produtos considerados nocivos à saúde e ao meio envolvente. Além de cigarros e bebidas alcoólicas, a proposta do governo de regulamentação prevê a incidência do chamado “imposto do perversão” sobre carros, aeronaves, embarcações, bebidas açucaradas, petróleo, gás proveniente e minério de ferro.

    O deputado Joaquim Passarinho (PL-PA), presidente da Frente Parlamentar do Empreendedorismo (FPE), destacou a incidência do imposto seletivo sobre a extração de minério de ferro, petróleo e gás proveniente. A tributação está prevista na primeira comercialização pela empresa extrativista, incluindo os casos em que o resultado seja talhado à exportação.

    Os setores envolvidos já haviam externado a preocupação, já que minério de ferro e petróleo estão entre os principais produtos da balança mercantil do país, que passariam a ser sobretaxados.

    “A emenda constitucional aprovada abriu essa brecha para trazer qualquer imposto dos setores para estados e municípios”, diz o presidente da FPE. “É perigoso porque todos os entes que tiverem qualquer problema de arrecadação vão querer ‘sapecar’ o imposto sobre a mineração. Vale lembrar que o imposto seletivo tem um caráter regulatório e não arrecadatório, uma vez que esta propondo o governo”, destaca Passarinho.

    A lista do Imposto Seletivo, para Sávio, traduz a sanha arrecadatória do governo. “Por exemplo, no caso de bebidas açucaradas, num país tropical uma vez que nosso, as pessoas que alimentam fora de morada, não por luxo, mas por premência de compatibilizar a repasto com o seu trabalho. Não faz sentido tributar as bebidas mais consumidas pela população”.

    Oposição quer mais tempo de discussão

    A principal preocupação dos deputados é prometer que o processo de discussão possa ser largo. “É inadmissível que a gente fique com uma gládio sobre a nossa cabeça, dizendo temos que concordar, agora, até o mês que vem”, critica o deputado Domingos Sávio. “Temos que concordar quando o projeto estiver maduro”.

    Um dos temas que promete acalourar o debate sobre a regulamentação é o do comitê gestor, criado para convergir os tributos. Na prática, será o colegiado, e não somente governadores e prefeitos, quem tratará dos impostos a serem repassados a estados e municípios. Caberá a ele legislar, receptar, partilhar os recursos e também dirimir as prováveis controvérsias.

    O presidente da Frente Parlamentar do Livre Mercado, deputado Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP), é responsável de um dos projetos que será apensado ao do governo. “Temos propostas para o regimento dessa entidade que vai ser criada. Eles estão querendo uma burocracia mediano cá para comandar todos os tributos do Brasil. É uma vez que voltar à estação do predomínio, quando se concentrava, depois distribuía para os estados e municípios”, disse ele na apresentação do projeto.

    As críticas não vieram somente dos parlamentares, mas também de analistas. “O Comitê Gestor do IBS é uma anomalia constitucional e federativa. Ele vai retirar dos estados e municípios funções fundamentais, uma vez que a de receptar e financiar suas políticas públicas”, afirmou Felipe Salto, da Warren Renna Investimentos.

    “A estratégia de política tributária estará nas mãos de poucas pessoas em Brasília, num comitê que ninguém sabe uma vez que funcionará. É o principal calcanhar de Aquiles dessa proposta mirabolante de reforma tributária. A Emenda Constitucional 132 promoveu isso. Estamos indo para um cenário muito ruim em material de tributação do consumo. Haja vista a dificuldade do primeiro projeto de lei apresentado [na quarta-feira].”

    No entendimento do deputado Domingos Sávio (PL-MG), presidente da Frente Parlamentar do Negócio e Serviços (FCS), a Confederação Vernáculo dos Municípios e os governadores deverão se debruçar no objecto para prometer sua autonomia federativa. “O Comitê é consequência da geração do Imposto de Valor Associado. Não dá para cada estado ou município legislar sobre a material.”

    Uma forma de manter a autonomia dos entes federativos, segundo ele, é controlando a arrecadação e a distribuição automática, para não ser feita por decreto ou qualquer tipo de gestão decidida só pelo governo federalista. “Temos uma vez que colocar na lei complementar esses pontos”, afirma.

    Outros pontos de atenção

    A Frente de Empreendedorismo elencou outros pontos de atenção no projeto, com comentários das assessorias técnicas.

    1. O projeto institui o Split Payment uma vez que regra universal, atrelando o recolhimento dos Impostos sobre bens e Serviços (IBS) e da imposto sobre Bens e Serviços (CBS) ao momento da liquidação financeira da operação. Assim, atribui ao tributário a responsabilidade de adaptação aos meios de pagamento digitais que deverão segregar e recolher aos cofres públicos os valores do IBS e da CBS devidos. “Há muita instabilidade por secção dos contribuintes com relação à funcionalidade do sistema e os meios de pagamento estão muito preocupados com essa responsabilidade”.

    2. Responsabilização das plataformas digitais, ainda que domiciliadas no exterior, pelo recolhimento do IBS e da CBS relativos às operações realizadas por seu intermédio. Nos casos em que o fornecedor é tributário residente ou domiciliado no país, a plataforma será responsável solidária com o fornecedor, caso leste não seja inscrito para o IBS e a CBS ou não registre a operação em documento fiscal eletrônico.

    3. Uso e consumo pessoal inclui a disponibilização de bens imóveis, de veículos e de equipamentos de informação, serviços de informação, planos de assistência à saúde, instrução, sustento e bebidas e seguros. “Não parece correto qualificar uma vez que muito de uso e consumo pessoal esses itens, pois podem ser utilizados para atividade econômica da PJ, uma vez que o veículo, o computador, o celular. Seguros e planos de saúde são despesas operacionais para o IRPJ/CSLL, deveriam ser dedutíveis também no IBS/CBS”.

    4. Responsabilidade tributária (solidariedade) ampliada para além daquelas já previstas no Código Tributário Vernáculo (CTN), incluindo pessoas que receba muito/serviço desacobertado de nota, transportador, leiloeiro, desenvolvedores ou fornecedores de programas ou aplicativos utilizados para registro de operações com bens ou serviços, em relação a descumprimento de obrigações tributárias do tributário, desde que tenham contribuído para o seu uso em desacordo com a legislação tributária; o entreposto aduaneiro, o recinto alfandegado ou estabelecimento a ele equiparado, o depositário ou o despachante, dentre outros. “Há inúmeras discussões doutrinárias e muita litigiosidade acerca da responsabilização de terceiros. Na prática, a fiscalização tem o uso de incluir a maior quantidade verosímil de responsáveis solidários, trazendo muita instabilidade jurídica para terceiros. Essa ampliação do rol de possibilidades pode aumentar ainda mais leste quadro”

    5. Repetição de indébito atrelada à comprovação do ônus econômico do imposto, segundo o disposto no art. 166 do Código Tributário Vernáculo. “A redação do art. 166 é muito ruim e razão muito litígio, além de ser amplamente utilizado para vetar o recta ao indébito. “Vemos com maus olhos sua emprego ao sistema novo”.



    As informações são do site Gazeta do povo, Clique aqui

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