Oito em cada dez adultos (78,6%) que vivem em capitais brasileiras mantinham, em 2023, uma alimento sem a quantidade mínima de frutas, legumes e verduras recomendada, índice que poderia melhorar com o fomento à produção na zona urbana. Esse é um dos alertas feitos por especialistas do Instituto Escolhas e da Cátedra Josué de Castro de Sistemas Alimentares Saudáveis e Sustentáveis, da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo.
Em publicação nessa quinta-feira (26), os pesquisadores lembram que a porção diária recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é de 400 gramas dessa classe de provisões, essenciais para manter a saúde em dia. Segundo o estudo, menos de um quinto (19%) dos produtos alimentícios adquiridos pelos domicílios (pessoa/ano/kg) foi de frutas, legumes e verduras em 2018. Foram utilizados dados da Vigitel Brasil 2023 – Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Sindicância Telefônico, do Ministério da Saúde, para dimensionar o contexto atual.
Vitualhas mais saudáveis têm sido substituídos por ultraprocessados, que contêm aditivos químicos e representam risco à saúde, se consumidos com frequência. A ingestão desse tipo de resultado preocupa órgãos uma vez que o Recomendação Vernáculo de Saúde (CNS), que divulgou informe destacando que é em prol do aumento da trouxa de tributos sobre a categoria, uma vez que forma de desestimular a compra por segmento dos consumidores.
Na nota, o CNS ressalta que, “de 2006 a 2022, os preços dos provisões subiram 1,7 vezes mais que a inflação universal (IPCA) e que os provisões saudáveis tiveram elevação quase três vezes maior, comparados aos ultraprocessados”. Os pesquisadores que assinam o estudo observam que a má alimento é um fator relacionado ao sobrepeso corporal, à obesidade e ao desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis, uma vez que o cancro, diabetes e as doenças cardiovasculares e respiratórias.
Uma das saídas apontadas pelos autores da pesquisa é estimular a rede de produção de provisões saudáveis localmente. “Quando o comida é produzido perto dos consumidores, há potencial redução dos custos de transporte e comercialização, que se reflete no preço final. Circuitos curtos de comercialização estimulam a venda direta dos provisões produzidos pelos agricultores locais aos consumidores das cidades, sem a premência de muitos intermediários ou deslocamentos”, afirmam.
Estimativas do Instituto Escolhas, mencionadas no estudo, indicam que a região metropolitana de São Paulo, por exemplo, teria potencial para abastecer 20 milhões de pessoas com legumes e verduras todos os anos, caso iniciativas dessa natureza fossem incentivadas. No caso de Belém, Curitiba, do Rio de Janeiro e Recife, o precário chegaria a 1,7 milhão, 551.910, 372.376 e 252.424 pessoas por ano, respectivamente.