Chegaram ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), no final da tarde desta quinta-feira (2), as ações propostas pelo PT e pelo PL nas quais os partidos pediram a cassação do senador Sérgio Moro (União Brasil-PR). O envio dos autos é parte do procedimento protocolar que precede o julgamento de um recurso levado à corte. A documentação foi enviada pelo Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) e já consta no sistema eletrônico do TSE.
O Partido dos Trabalhadores e o Partido Liberal recorreram ao TSE no dia 22 de abril, após o TRE-PR negar, por maioria, a cassação do senador. Ele é acusado de abuso de poder econômico nas eleições de 2022. A relatoria no TSE ficou com o ministro Floriano de Azevedo Marques, que também é relator do recurso referente à cassação do senador Jorge Seif (PL-SC). Ainda não há data para o caso de Moro ir a julgamento.
Desequilíbrio na disputa
No recurso ao TSE, o PT e os demais partidos que formaram a coligação Federação Brasil da Esperança apontam supostos equívocos cometidos na análise das provas dos autos durante julgamento no TRE-PR. Assim como o PL, a coligação insiste na acusação de que Moro foi beneficiado ao usar recursos de uma campanha presidencial.
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Isso porque, em um prometo momento, Moro pretendia concorrer à presidência. Mas decidiu recuar e apostou em uma vaga no Senado, que tem teto de gastos menor do que na disputa pela presidência da República.
O que acontece agora?
Com os recursos, o TSE tem competência para analisar novamente as provas do processo, o que pode levar os ministros a rejeitaram a decisão da Justiça Eleitoral no Paraná. Isso significa que a cassação de Moro ainda é possível.
O cenário já era esperado pelo parlamentar, que, após a decisão do TRE, reconheceu “ainda haver um longo caminho pela frente”. Ele se declara inocente das acusações, alegando que o julgamento trata-se de uma “perseguição absurda” que vem sofrendo desde o início do mandato. “As mentiras, acusações fantasiosas, ameaças, até mesmo do crime organizado, não vão nos dobrar”, disse.