O governo federal apagou dos seus canais oficiais nas redes sociais a transmissão do evento, ocorrido nesta quarta-feira (1), em que o presidente Lula (PT) pediu voto para o pré-candidato à prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL). O pedido de voto antecipado contraria a lei eleitoral, que veda esse tipo de ato até o dia 16 de agosto.
Durante o ato, além de pedir votos para Boulos, Lula criticou a organização do evento por conta da pequena quantidade de pessoas presentes.
Chamado Festival Cultura e Direitos, o evento realizado em comemoração ao dia 1º de Maio foi apresentado pelo ator Sérgio Loroza e MC Pamelloza e contou com shows dos rappers Dexter, Afro X e Roger Deff, além dos pagodeiros Ivo Meirelles, Arlindinho e Almirzinho.
Ao jornal O Estado de São Paulo (Estadão), o ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom), Paulo Pimenta, negou que a fala de Lula esteja em desacordo com a lei eleitoral.
“O que ocorreu foi uma manifestação de apoio político, de menção ao cargo a ser disputado e da plataforma de governo a ser defendida, nos termos do artigo 36-A da Lei 9.504, de 1997 (a Lei das Eleições). A legislação eleitoral permite falar sobre tudo isso. A fala está enquadrada nas permissões da lei e não nas vedações. Não houve conduta eleitoral vedada”, afirmou Pimenta.
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), e deputados da oposição decidiram acionar a Justiça Eleitoral contra Lula.
“Boulos está disputando com o nosso adversário nacional, ele está disputando contra o nosso adversário estadual e ele está disputando contra o nosso adversário municipal. Então, ele está enfrentando três adversários e, por isso, eu quero dizer para vocês, ninguém derrotará esse moço aqui se vocês votarem no Boulos para prefeito de São Paulo nas próximas eleições. E, eu vou fazer um apelo, cada pessoa que votou no Lula, em 1989, em 1994, em 1998, em 2006, em 2010 e em 2022, tem que votar no Boulos para prefeito de São Paulo”, disse Lula na ocasião.