Um dirigente do alto escalão do Hamas disse nesta terça-feira 7 que as negociações no Cairo sobre uma trégua em Gaza representam “a última chance” para a libertação dos reféns israelenses mantidos em cativeiro pelo movimento islamista palestino.
A delegação do Hamas “deixará em breve Doha com destino ao Cairo” para participar das negociações indiretas, que vão representar “a última oportunidade para [o primeiro-ministro israelense Benjamin] Netanyahu e para as famílias dos reféns verem seus filhos novamente”, disse à AFP o líder, que pediu anonimato.
O dirigente indicou que a delegação do Hamas cancelou a viagem pela manhã, depois de o Exército israelense ter assumido o controle do lado palestino da passagem de Rafah, na fronteira com o Egito, mas que o grupo partiria “em breve” para o Cairo.
A operação israelense isolou completamente a Faixa de Gaza, devastada por sete meses de guerra. “A decisão de invadir Rafah mostra que Netanyahu tomou a decisão de deixar os reféns morrerem”, disse ele.
As negociações indiretas deverão ser retomadas na noite desta terça-feira, disseram altos funcionários israelenses à AFP sob anonimato.
A guerra eclodiu em 7 de outubro, após milicianos islamistas matarem 1.170 pessoas, a maioria civis, e sequestrarem cerca de 250 no sul de Israel, segundo um relatório da AFP baseado em dados israelenses.
Israel estima que, após uma troca de reféns por prisioneiros palestinos em novembro, 129 pessoas permaneçam cativas em Gaza, das quais 35 teriam morrido.
A ofensiva israelense em resposta ao ataque deixou 34.789 mortos até agora em Gaza, a maioria civis, segundo o Ministério da Saúde do governo do Hamas no território palestino.