O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, na manhã desta quarta (8), que a tragédia que vem assolando o Rio Grande do Sul desde a última semana é uma cobrança que o planeta está fazendo por conta das mudanças climáticas.
A afirmação foi dada durante o lançamento de uma nova fase do Novo PAC Seleções, que vai destinar R$ 1,4 bilhão em recursos ao estado principalmente para obras de prevenção a desastres climáticos. Ele afirmou, ainda, que todos os pedidos que forem feitos pelo Rio Grande do Sul serão atendidos pelo governo federal.
“É uma coisa estarrecedora. Eu não sei o que
Deus está pensando, não sei o que aconteceu no planeta Terra, mas o que
aconteceu no Rio Grande do Sul é um aviso para todos nós, seres humanos: a
Terra está cobrando. Não é só no Rio Grande do Sul, mas tem acontecido coisas
estranhas em tudo quanto é lugar do país e do mundo”, pontuou.
Lula afirmou que, embora estas catástrofes estejam acontecendo em uma frequência maior, ainda há tempo de se conter o avanço das mudanças climáticas. Ele afirmou que um dos meios para isso é a manutenção da COP30 no Pará, prevista para 2025 e que já há um movimento para levá-la a outra localidade do país.
No começo desta semana, o deputado federal Alex Manente (Cidadania-SP), propôs transferir o evento de Belém para Porto Alegre, que seria uma forma de mostrar os “impactos do aquecimento global”.
O presidente, no entanto, defendeu que a COP30
siga no Pará como uma forma de “a Amazônia falar para o mundo o que ela deseja”.
“E isso vai acontecer, nós vamos fazer uma grande COP, e eu acho que vai ser o
melhor evento climático que nós já fizemos”, disparou.
Lula disse, ainda, que o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Rui Costa, da Casa Civil, vão viajar à China e aos Emirados Árabes Unidos para captar investimentos em áreas de infraestrutura para o Brasil, mas não explicou quando a missão será realizada.
De acordo com o último boletim da Defesa Civil
do Rio Grande do Sul, divulgado no começo da tarde desta quarta (8) as chuvas já
vitimaram 100 pessoas, com outras quatro mortes ainda em investigação. Ainda há
128 desaparecidos e 372 feridos.
O órgão apontou que 417 municípios foram
afetados, dos 497 do estado, atingindo mais de 1,4 milhão de pessoas. O Rio
Grande do Sul ainda tem 230,4 mil pessoas fora de casa, sendo 66,7 mil em
abrigos e 163,7 mil desalojadas abrigadas nas casas de familiares ou amigos.