A Polícia Federal abriu nesta quarta-feira 8 uma investigação contra a divulgação de fake news sobre as enchentes no Rio Grande do Sul. A solicitação acolhe um pedido do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, que por sua vez se baseou em uma recomendação da Secretaria de Comunicação Social da Presidência.
Segundo o mais recente balanço da Defesa Civil gaúcha, 100 pessoas morreram em decorrência dos temporais e 4 mortes seguem sob investigação. Há também 128 desaparecidos, 372 feridos e 230,4 mil pessoas fora de casa (considerando desabrigadas e desalojadas).
No ofício enviado ao Ministério da Justiça, a Secom apresentou uma lista de publicações nas redes sociais com desinformação sobre a tragédia no estado e solicitou providências para individualizar as condutas.
Na relação de citados estão o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), o senador Cleitinho (Republicanos-MG) e o coach Pablo Marçal.
Uma das notícias falsas alega que o Exército e a Polícia Rodoviária Federal estariam impedindo a chegada dos caminhões de auxílio ao Rio Grande do Sul.
Segundo a Secom, a propagação de mentiras neste momento pode prejudicar os esforços de resgate e impactar a credibilidade de instituições como as Forças Armadas e ministérios.
Além de ir à PF, o Ministério da Justiça decidiu acionar, em parceria com a Advocacia-Geral da União, os órgãos responsáveis por eventuais ações de responsabilização dos envolvidos.
Na terça-feira 7, em entrevista ao CanalGOV, o presidente Lula (PT) enalteceu as ações do governo federal para lidar com os temporais, exaltou as campanhas de doação e repudiou a desinformação nas redes sociais.
“Um país que tem os seres humanos com a bondade que tem o Brasil não merecia essa indústria de fake news mentirosa, eu diria até canalha, que vive pregando mentiras, deturpando falas, contando mentira para a sociedade”, afirmou o petista. “Um país não pode ir para a frente assim. As pessoas precisam ter bom senso, não podem ser levianas.”