O ministro Paulo Pimenta, da Secretaria
Extraordinária de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, pode anunciar
ainda nesta segunda (20) um novo pacote de ajuda ao estado voltado às 76,1 mil
pessoas que estão alojadas em abrigos públicos por causa das enchentes.
Pimenta sinalizou no domingo (19) que o governo discute pagar famílias que têm espaço em casa ou mesmo centros comunitários para abrigarem as vítimas da tragédia climática, fazendo uma espécie de “descentralização” dos abrigos. A medida foi discutida em uma reunião nesta manhã com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ministros, entre eles Waldez Góes (Desenvolvimento Regional) e Jader Filho (Cidades), mais ligados à retomada da infraestrutura urbana do estado.
Paulo Pimenta afirmou que o governo paga R$ 20
mil para cada 50 pessoas para as prefeituras, além de alimentação e cesta
básica, entre outros. A ideia, diz, é repassar estes recursos diretamente aos
abrigos.
“Isso dá R$ 400 por pessoa, em abrigos públicos. Eu estou discutindo uma mudança dessa portaria para poder, por exemplo, alguém receber uma família ou uma associação comunitária de quatro famílias ou dez famílias [receberam], e esses R$ 400 que hoje é pago para a prefeitura pode ser pago para quem abrigar a pessoa”, disse em entrevista ao Canal do Barão, no Youtube.
A medida, diz o ministro, vem sendo estudada
para tentar reduzir a superlotação dos abrigos do estado e desocupar aqueles
instalados em imóveis educacionais, como ginásios, para que as aulas sejam
retomadas.
Ainda durante a entrevista, Pimenta reforçou que
o governo planeja dar uma casa nova para todas as famílias afetadas e que
recebem até R$ 4,4 mil por mês. Os imóveis seguirão no padrão Minha Casa, Minha
Vida nos perfis 1 e 2, conforme anunciado na semana passada, e serão adquiridos
em diferentes editais.
“O grande desafio que nós temos pela frente no próximo período é agilidade para poder oferecer casam agilidade para resolver a questão habitacional e como fazer a transição dessas 80 mil pessoas que hoje estão em abrigo. Talvez algumas possam voltar para casa muitas não”, disse.
Também se discutiu durante a reunião desta manhã o foco em três prioridades: escoar a água que ainda atinge municípios gaúchos — principalmente Porto Alegre e região –, a reconstrução de escolas e a construção de hospitais.
Além das 76 mil pessoas em abrigos públicos, o
Rio Grande do Sul tem outras 581,6 mil abrigadas nas casas de amigos ou
parentes. Desde o início das chuvas que levaram às enchentes, no final do mês
passado, mais de 2,3 milhões de pessoas foram afetadas em 463 municípios, de
acordo com o boletim mais recente da Defesa Civil estadual divulgado na manhã
desta segunda (20).
A tragédia climática vitimou 157 pessoas e deixou outras 806 feridas. Ainda há 88 desaparecidos.