O procurador-geral do Peru, Juan Carlos Villena, denunciou nesta segunda-feira 27, perante o Congresso, a presidente Dina Boluarte pelo suposto crime de suborno no âmbito do escândalo de relógios de luxo conhecido como Rolexgate.
“A Procuradoria da Nação, por meio da Área de Enriquecimento Ilícito e Denúncias Constitucionais, apresentou uma denúncia constitucional contra Dina Boluarte, como suposta autora do crime de suborno passivo indevido, em detrimento do Estado”, indicou o Ministério Público em um comunicado na rede social X.
A acusação, entregue nesta tarde ao Congresso, é o passo prévio a um pré-julgamento político, que deverá ser posteriormente avaliado pelo Judiciário quando seu mandato terminar.
Para o MP, os fatos que fundamentam a denúncia referem-se “a três relógios da marca Rolex que a presidente teria recebido, na qualidade de doação do governador regional de Ayacucho, Wilfredo Oscorima, [com] um par de brincos de ouro com diamantes e uma pulseira Bangle com 94 brilhantes”.
A presidente é investigada no Rolexgate desde março por “suborno passivo indevido”, um crime que implica receber benefícios indevidos por parte de funcionários. Também é investigada por suposto enriquecimento ilícito e omissão de declarar bens em documentos.
No Parlamento, controlado por bancadas de direita ligadas a Boluarte, a denúncia deve ser avaliada por uma subcomissão de acusações constitucionais antes de ser debatida pelo plenário em um trâmite sem prazo determinado.
Boluarte, que completa 62 anos nesta sexta-feira, só pode ser levada a julgamento ao término de seu mandato, em julho de 2026, conforme estabelece a constituição.