Os deputados federais Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Gustavo Gayer (PL-GO), Ricardo Salles (PL-SP), Bia Kicis (PL-DF), Julia Zanatta (PL-SC) e Marcos Pollon (PL-MS) estiveram no Parlamento Europeu nesta quarta (10), em Bruxelas, na Bélgica, participando de uma reunião com o grupo Conservadores e Reformistas Europeus (ECR) para denunciar o que consideram como violações da liberdade de expressão e perseguição política no Brasil.
A reunião ocorre em meio a uma agenda do grupo
no Velho Continente para reforçar as críticas às decisões do ministro Alexandre
de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e inclui ainda uma visita à Corte
Internacional de Justiça em Haia, nos Países Baixos.
A reunião desta quarta (10) também teve a participação de Hermann Tertsch, do partido espanhol Vox, de direita. Além de debaterem o que seriam excessos do Judiciário brasileiro, os deputados também discutiram o recente embate de Moraes com o bilionário Elon Musk através da rede social X (antigo Twitter).
Este, aliás, foi o estopim para amplificar os questionamentos dos brasileiros entre os eurodeputados. Gayer agradeceu a Musk por “espalhar ao mundo o que está acontecendo no Brasil”.
“Essa ditadura que estamos vivendo. Elon Musk, obrigado pelo que você tem feito, isso realmente nos ajudou em Bruxelas”, disse Gayer.
Bolsonaro também comentou sobre o “grande apoio de pessoas que lutam por liberdade” após a revelação dos “Twitter Files”, que denunciou as ações de Moraes contra o X: “todo mundo no Parlamento está falando do “Twitter Files Brazil”.
O grupo de deputados brasileiros recebeu o apoio dos conservadores do ECR, que disseram que “não podemos deixar o Brasil se transformar em uma ditadura”. Musk acusa Moraes de censura e ditadura, enquanto os deputados da oposição denunciam uma suposta ameaça à liberdade de expressão no país.
Por outro lado, Kicis disse descartou que a
visita dos deputados brasileiros ao Parlamento Europeu comprometa a soberaria
brasileira, e afirmou que “a vida inteira parlamentares da extrema esquerda
viajaram para a Europa para fazer as suas denúncias contra qualquer governo que
não fosse o deles. Mas a narrativa agora é que os parlamentares da direita que
viajam para interagir com a direita de outros países estão atacando a soberania
brasileira e participando de ataques orquestrados. Tomem vergonha! Vocês
realmente odeiam a democracia”.
Segundo o grupo, os parlamentares europeus
demonstraram interesse no conflito entre a oposição e o STF no Brasil,
questionando as decisões judiciais e sua conformidade com a Constituição.
A viagem à Europa é uma continuação dos esforços da oposição para denunciar internacionalmente o que consideram violações dos direitos no Brasil. Em Haia, os deputados pretendem apontar as supostas violações de direitos relacionadas aos presos por suposta participação nos atos de 8 de janeiro de 2023, ampliando ainda mais o alcance do debate sobre o tema.