O presidente Lula (PT) decidiu seguir a indicação de integrantes do Prerrogativas e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e escolheu o advogado Antonio Fabrício de Matos Gonçalves para a vaga de ministro do Tribunal Superior do Trabalho. A nomeação foi assinada em cerimônia reservada no Palácio do Planalto nesta terça-feira 30.
Agora, o indicado terá de passar por sabatina e ser chancelado pelo Senado. O nome dele constava de uma lista tríplice enviada à Presidência na semana passada pelo TST.
Matos é advogado trabalhista desde 1993 e tem mestrado em Direito do Trabalho pela PUC de Minas Gerais, onde também é professor.
A escolha do novo ministro, contudo, pode adicionar mais um elemento à relação conturbada entre o Planalto e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). O primeiro colocado na disputa pela vaga no TST era o advogado Adriano Costa Avelino, que defende o deputado em causas trabalhistas.
Nos últimos dias, integrantes do Prerrô e lideranças políticas procuraram ministros do governo para articular contra a nomeação de Avelino. Essa mobilização envolveu a lembrança de postagens nas redes sociais em que o advogado fez ataques a Lula e à ex-presidenta Dilma Rousseff (PT).
“A punição para Dilma e Lula e seus apoiadores é a guilhotina. Mas antes tem que cortar a língua para pararem de latir”, escreveu o advogado em uma publicação, um dia depois de o então juiz Sergio Moro, responsável pela Lava Jato, divulgar gravações telefônicas entre Lula e Dilma.
Posteriormente, após a repercussão, Avelino disse lamentar as manifestações.
A lista tríplice escolhida pelos atuais ministros do TST tinha, além de Avelino e Fabrício, o nome de Roseline Morais, de Sergipe.