Divulgada recentemente nas mídias, a morte de uma cuidadora familiar, eletrocutada após remover roupas de uma máquina de lavar, chamou a atenção para os riscos de choques elétricos durante o manuseio de aparelhos eletroeletrônicos. Acidentes desse tipo podem ser evitados com a adoção de algumas medidas de segurança básicas.

Uma delas, desconectar a máquina da tomada antes de qualquer manuseio ou limpeza, raramente é seguida pela maioria das pessoas que usa o equipamento, normalmente por falta de informação.

No site da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), o gerente de segurança do trabalho, Antônio César Lima Santos, alerta para a necessidade de se conhecer os perigos da eletricidade.

“Precisamos fazer que essa cultura esteja cada vez mais presente na vida dos brasileiros, para que possamos reduzir consideravelmente esse tipo de acidente, que é muito grave e pode causar mutilações e até mesmo mortes”, comenta.

O Brasil ainda tem um longo caminho para reduzir esse tipo de ocorrência, que pode ocorrer em muitas residências.

A edição mais recente do Anuário Estatístico de Acidentes de Origem Elétrica da Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel), divulgado em maio, revela que, dos 2.089 incidentes envolvendo eletricidade no país em 2023, 781 resultaram em mortes.

Nas residências, os principais causadores de acidentes foram os fios partidos ou sem isolamento (46 ocorrências e 37 mortes), eletrodomésticos (38 episódios e 31 fatalidades), manutenção caseira (35 casos e 24 óbitos).

Confira abaixo algumas ações domésticas simples que podem ajudar a poupar vidas.

Cuidados com a corrente elétrica

Para prevenir acidentes elétricos ao operar eletrodomésticos, como máquinas de lavar, a recomendação é que a pessoa desligue o aparelho antes de retirar as roupas, além de fazer isso com os pés calçados.

É preciso ter em mente que todo aparelho ligado na tomada oferece um risco potencial de choque elétrico, principalmente se não utilizado ou mantido de forma adequada.

Seja qual for o dispositivo, evite tocar em superfícies metálicas ou úmidas ao mesmo tempo, e jamais manuseie o aparelho ou seus controles com as mãos molhadas.

Garanta que o ambiente ao redor do aparelho esteja sempre seco e, quando em funcionamento, mantenha as crianças afastadas.

Quando for instalar ou consertar qualquer aparelho elétrico, mesmo que seja uma simples instalação de chuveiro ou troca de lâmpada, desligue sempre a chave geral (disjuntor), não faça o serviço com o corpo molhado e evite tocar nas partes metálicas.

Celulares e tablets

O gerente de Saúde e Segurança do Trabalho da Cemig, João José Magalhães Soares, alerta em um comunicado que uma atenção especial deve ser dispensada a celulares e tablets, que jamais devem ser utilizados enquanto conectados na tomada.

“Amplamente utilizados, esses equipamentos podem causar ocorrências graves, provocando incêndios e até mesmo lesões por choques elétricos e pequenas explosões, que podem ser fatais”, alerta o especialista.

Tomadas e extensões

Mesmo havendo muitos aparelhos bivolts atualmente, é sempre importante verificar se a tensão (127 ou 220 volts) é compatível com o seu equipamento antes de conectá-lo à eletricidade.

Após o uso, desligue e retire o plugue da tomada, mas sem puxar pelo fio.

Evite usar Ts (benjamins) ou gambiarras (extensões improvisadas), pois vários aparelhos conectados em uma única tomada podem causar sobrecarga.

Não use bocais de lâmpadas como tomadas, e jamais passe fios elétricos por baixo de tapetes, pois muitos incêndios começam assim.

Esteja sempre atento ao risco de choques elétricos. Ações consideradas normais pela maioria das pessoas, como pegar o pão quente na sanduicheira com um garfo ou uma faca, devem ser feitas com o equipamento fora da tomada.

Finalmente, evite o uso de muitos aparelhos eletrônicos ou elétricos no banheiro. Use, no máximo, rádios, secadores e barbeadores a pilha, além de celulares, mas fora do carregador.

Segundo a Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel), orientar a população, leigos ou profissionais, sobre boas práticas com a eletricidade é fundamental.

“São pequenos gestos, pequenas mudanças dentro de sua própria casa que podem nos ajudar nesta batalha pela eletricidade segura”, conclui o anuário estatístico.