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    Mateus Simões encara agenda impopular para candidatura em MG

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    Professor, advogado e um dos primeiros vereadores eleitos pelo então recém-fundado Partido Novo em 2016, o vice-governador de Minas Gerais, Mateus Simões, tem assumido as discussões mais impopulares do governo estadual sem receio de que isso possa inviabilizar seu futuro político.

    Simões chegou no governo de Romeu Zema (Novo) como secretário-geral de Estado, em 2020, e se destacou como um articulador político e um defensor das reformas estruturais, como a privatização de empresas públicas, incluindo a Cemig e a Copasa. Sua trajetória como vereador reforça esse posicionamento. Na Câmara de Belo Horizonte, precisou de segurança armada em razão de ameaças de morte recebidas após pedir a cassação de um vereador por atos de corrupção. Há poucos meses, recebeu a benção de Zema para ser o candidato ao governo de Minas em 2026.

    Em entrevista concedida à Gazeta do Povo, Simões falou das privatizações e do cenário político para as próximas eleições. Também comentou sobre sua relação com prefeitos do interior de Minas, que pode ser crucial em uma possível candidatura, além da relação com o senador Cleitinho Azevedo (Republicanos) e o deputado federal Nikolas Ferreira (PL), também cotados como possíveis candidatos ao governo.

    Na entrevista, concedida alguns dias antes da aprovação do Programa de Pleno Pagamento de Dívidas do Estados (Propag) pelo Senado, que refinancia as dívidas dos estados com a União, Simões aponta com otimismo a adesão ao programa do governo e fala como isso viabiliza as privatizações das companhias estatais: “A aprovação do Propag muda completamente o meu início de ano no que diz respeito à pauta legislativa e política em Minas Gerais, porque eu passo a discutir as federalizações de forma prioritária para reduzir o tamanho da minha dívida”.

    Vi em suas redes sociais a comemoração pela aprovação do Propag na Câmara. E agora, quais próximos passos? Como como o estado vai se organizar a partir de agora?

    Muda muito a cara do nosso plano para os próximos meses. Por exemplo, é a privatização de Cemig, que parecia um assunto complexo politicamente por conta da oposição, da base do PT na Assembleia, passa a ser necessária para a federalização da companhia. Porque se o governo não perder o controle, o Governo Federal não tem interesse na federalização, que ele teria que indenizar os minoritários. Então eu preciso privatizar a Cemig para poder federalizá-la.

    Parece um contrassenso, mas é isso. Então, por outro lado, acaba nos liberando o processo de privatização da Copasa porque o governo federal já tinha dito que não tem interesse na Copasa e, portanto, se eu já acabei de discussão do Propag, já está na hora de discutir a privatização, porque eu tenho que cumprir os prazos do Marco do Saneamento.

    Além disso, a gente tem condição de falar da federalização de Codemig, que vai ocupar um pedaço grande da nossa pauta de discussão por conta da avaliação do ativo ao longo dos próximos meses.

    Esse é um assunto indigesto para a Assembleia de Minas. Nesse contexto que o senhor está trazendo aqui, o senhor acha que a articulação com o governo, entre governo e Assembleia hoje vai ser facilitada?

    Eu acho que sim, porque os principais opositores ideológicos a esse processo passam a ser os maiores interessados no andamento desse processo. Afinal de contas, quem está propondo a federalização é o próprio governo federal do PT. Ficaria muito estranho que o PT em Minas tentasse obstruir a tramitação da negociação da dívida de Minas Gerais com o PT federal. Então eu tenho uma impressão de que muda o eixo da discussão a respeito dessa transferência de ativos.

    No caso de Codemig, acho que vamos estar realizando um desejo da própria esquerda de Minas Gerais que é manter o controle público da companhia. No caso da Cemig, vamos viabilizar a única forma de entregar para o governo federal.

    Talvez a gente tenha uma discussão sobre Copasa, mas a Copasa, por incrível que pareça, é uma pauta que já foi se construindo pela atuação dos prefeitos, pelo dia a dia da companhia e os problemas que ela tem, a dificuldades que a Copasa tem de fazer investimentos com velocidade. O problema das estatais no Brasil, né? E isso já tem sensibilizado o ambiente político ao longo dos últimos meses. Então estou muito otimista sobre um novo cenário.

    O senhor já se coloca como o pré-candidato sucessor de Zema, e conta com uma declaração pública do governador, de que estará ao seu lado na disputa. O senhor assumiu inclusive essas pautas mais impopulares nesse momento se preparando para as eleições de 2026. Não é politicamente arriscado?

    Essa pergunta me é feita com alguma frequência. As pessoas falam “será que devia ser você a frente disso?”. Eu cuido da parte administrativa, técnica, do governo há cinco anos, desde o segundo ano do governo Zema. E se eu tentasse me esconder exatamente no momento das dificuldades maiores, dos temas mais agudos, eu acho que, de alguma forma, esvaziaria até o meu valor político para o governo e, portanto, para os mineiros. Eu acho que parte da construção do que eu pretendo politicamente é comprar também as discussões mais difíceis, especialmente aquelas que eu acredito serem do interesse da população. Eu falava uma coisa quando eu entrei para a política que é: eu tento continuar vivendo. Quando eu fui candidato a primeira vez pelo Novo, lá em 2016, as pessoas perguntavam se não era mais fácil desse candidato para um partido maior. E eu já naquela época repetir que eu fiz da minha decisão de entrar para a política um experimento sociológico. Eu quero testar se não é possível fazer as coisas de uma outra forma, porque da forma como a gente sempre fez, não está funcionando.

    Eu sigo essa linha, sabe? Eu continuo insistindo na direção de que se a gente tiver na política só pra ganhar a eleição, a gente esvaziou o objetivo de entrada de gente como eu, que tinha outra vida antes e que podia voltar para essa vida a qualquer momento.

    As pessoas perguntam por que eu continuo dando aula… Continuo dando aula, continuo tomando conta das minhas coisas e indo para o interior para continuar atuando junto a famílias empresárias fora de Minas Gerais, que é meu background de origem. Por que que eu continuo fazendo isso? Eu quero ter pra onde voltar, porque se em algum momento não fizesse sentido, estar na política só para ficar na política, eu não vou, não. E aí parte disso é comprar essas brigas. E se isso inviabilizar minha candidatura? É porque o meu experimento sociológico errado. É porque as pessoas vão querer que as coisas continuassem sendo feitas como sempre foram feitas. Mas eu não acredito nisso.

    Acho que a gente está vendo uma transformação crítica da realidade política. Acho que nós ainda sofremos com os fenômenos de internet. A gente migrou do risco que existia na política muito tradicional em que eu votava em quem o coronel mandava, por um outro risco, que é eu votar em quem o algoritmo do Tik Tok mandou. Mas eu acho que tem um espaço aí no meio de mais racionalidade. Até a reeleição do governador Zema é parte disso.

    Não falo da eleição (de 2018) porque a eleição do governador é um fenômeno de conjuntura. A reeleição do governador é uma opção por um sujeito que escolheu passar um mandato inteiro pagando conta ao invés de dar um calote e ter começado a fazer obras que ele não ia conseguir pagar. Então, já é uma opção de racionalidade.

    Eu acho que ele (o eleitor) tem melhorado essa racionalidade na tomada decisão política. Então estou pronto para ter essa discussão difícil, como outras que eu já tive no passado. Eu vim para o governo quando o governador resolveu vetar um projeto de lei que ia quebrar o estado concedendo um aumento, votado na Assembleia, que a gente não tinha condição de pagar. Eu vim por conta daquilo. Então, se eu vim no momento da dificuldade, tentar me esconder agora não faria sentido, né?

    É uma questão de racionalidade?

    E até de manutenção da minha imagem. É uma questão de defesa da minha imagem. Se eu vim para ser um resolvedor de problemas, na hora que o problema aparece eu tenho que estar disposto a resolver.

    O senhor tem construído boas relações com prefeitos do interior, tendo inclusive participado muito ativamente da campanha de alguns deles. Como o acredita que isso pode ser decisivo para que seu nome seja favorito à sucessão?

    Há um duplo caráter. Quando eu fui eleito vice-governador o governador determinou que eu passasse dois dias (da semana) no interior. Ele tem uma preocupação comigo, e com secretários das áreas finalísticas – saúde, educação, segurança, meio ambiente e desenvolvimento econômico. Nós temos de estar na ponta para entender o estado. O governador defende e pratica a lógica de “quem não vai, não sabe o que está acontecendo”.

    O estado é muito grande, muito diferente. A região metropolitana representa menos de 20% da população do estado com um todo. Então você não pode tirar pela região metropolitana um raio-X do estado. É diferente de outros estados da federação.

    A cidade do Rio de Janeiro, na região metropolitana, representa 50% do estado do Rio. Não é realidade aqui, então, é isso é uma decisão, parte disso é uma decisão de governo do governador Romeu Zema, mas é claro que, durante o período eleitoral, o meu envolvimento em muitas das campanhas do interior tem a ver com a minha crença de que os prefeitos são uma etapa importante do processo de 2026.

    Não é só ir ao interior. Eu tenho recebido em Belo Horizonte prefeitos eleitos. Em três meses recebi mais de 300 prefeitos e quero tentar receber os 800 prefeitos que foram eleitos em partidos da base. A base do governo Romeu Zema elegeu mais de 800 prefeitos no estado. A nossa oposição elegeu 49 prefeitos. E isso significa que nós vamos tem 2026 apoio de 800 prefeitos para sucessão do governador? Não necessariamente, mas se eu não buscar conversar com esses prefeitos, aí definitivamente vai perdendo essa identidade. Tem uma preocupação na construção da sucessão de 2026, sem dúvida nenhuma. Menos na minha ida para o interior e mais no meu contato com os prefeitos, que muitas vezes acontece aqui em Belo Horizonte. Acho que são dois movimentos paralelos mas um pouquinho diferentes.

    Ainda sobre 2026, Minas não tem um histórico de sucessões de governadores, não uma tradição em continuidade. Em paralelo, o Novo é visto pelo eleitor como um partido que está no espectro da direita. Hoje esse campo, além do senhor, está estudando outros dois nomes, do senador Cleitinho (Republicanos) e mais recentemente passaram a considerar o deputado Nikolas Ferreira (PL). Há uma possibilidade de articulação antecipada com esses nomes?

    Acho que para a direita seria um erro não fazer uma fusão das candidaturas de direita e centro-direita. É, aliás, a única hipótese da esquerda conseguir viabilizar um candidato no estado: a gente ter um racha entre os candidatos do espectro de direita política.

    Quando a gente fala de Cleitinho, de Nikolas e de mim, é de se imaginar que nós tenhamos mais de um candidato nesse ambiente, é dizer que a gente resolveu brigar dentro do mesmo campo político e aí talvez apareça alguém do lado de lá com algumas chances de ir pro segundo turno. E aí, no segundo turno, já que não se sabe o que vai estar acontecendo no cenário federal, a gente pode jogar fora o governo do segundo maior estado é do Brasil. Então eu espero que impere a racionalidade. Eu acho que não há dúvida que nós temos que caminhar para uma composição, uma composição de frente ampla.

    Quem é o nome dessa composição? Acho que a gente tem que fazer várias ponderações. Eu acho que nós temos que discutir quem está preparado, quem consegue aglutinar os apoios.

    Porque não é uma questão de quantos votos, cada um de nós vai ter e só. Os votos para vencer eleição, qualquer um de nós terá, estando representando uma frente de centro-direita unificada. Qualquer um dos três nomes são nomes competitivos. A dúvida é: quem tem melhor condição de governar, considerando a condição de entrega e a condição de aglutinar os apoios que são necessários para a gente governar o estado desse tamanho, porque nós precisamos do centro para governar. Acho que os três nomes são bons nomes.

    Senador Cleitinho vai estar no meio de mandato. É o que a gente, normalmente, em ambiente político fala “não tem nada a perder”, né? Porque, teoricamente, o mandato dele não termina. E acho que vai tomar essa decisão, mas lá na véspera do período eleitoral. Então, tem como fazer uma composição antecipada? Certamente, mas eu entendo que ele não queira assumir nenhum compromisso antecipadamente, porque para ele não muda nada. Então do mesmo jeito já ouvi dizer que não é candidato de jeito nenhum, nós já o vimos dizer que está à disposição do Bolsonaro, que é o candidato do Bolsonaro. O deputado Nikolas eu acho que tem muito uma ponderação sobre o momento dele e o papel que tenha cumprido no Congresso. Nikolas é, na minha opinião, o mais preparado deputado da base bolsonarista no Brasil.

    E eu acho que é uma pergunta importante se o PL e o bolsonarismo podem abrir mão de Nikolas Ferreira, como uma liderança nacional. Eu admiro muito o trabalho do deputado, como admiro o do senador também. A gente tem uma relação histórica, de muita tranquilidade, nunca tivemos nenhuma divergência. Nós três nunca brigamos, trocamos farpa, nos desentendemos. Então, acho que temos condição de construir isso, só não sei se antecipado.

    Acho que eu estou cotado pelo governador como possível candidato. Cleitinho varia a posição dele. Nikolas tem uma ponderação política importante para fazer nesse caminho. Mas nós vamos ter que construir. Se a gente não sentar e construir, é prova de que faltou racionalidade. E eu volto a dizer, dois pontos importantes: quem está preparado? Quem tem condições de aglutinar os partidos de apoio?

    Tem um caminho para essa construção, mas não tão longo quanto pode parecer, já que 2026 está “logo ali”?

    É o ano de 2025 para a gente tomar essa decisão. E eu brinco que ainda tem uma vantagem nas conversas comigo, né? Eu vou estar impedido de ser candidato à reeleição. Então é o meu mandato, se eu for candidato para um mandato de quatro anos. E que o governador vai se desincompatibilizar para eleição de 2026, a gente não tem dúvida sobre isso. E isso também facilita as conversas.

    Surgiu uma notícia de sua ida para o PSD visando o governo, e isso seria facilitado pelo seu perfil moderado e seu apoio a muitos candidatos a prefeito de partidos do Centro. Isso procede? Existe alguma possibilidade de Mateus Simões fora do Novo hoje?

    Eu acho que nós temos hoje aqui em Minas Gerais é um conjunto de partidos que caminha conosco que não pode ser ignorado. O maior deles é o PSD. O PSD é o meu maior partido da base (apesar de a maior base de apoio do governo na Assembleia ser o PL, dos seus 13 deputados, dois se declaram de oposição ao governo).

    Então acho que é natural que as pessoas é fiquem olhando para as minhas conversas com Kassab, com Cássio (Soares, presidente do PSD-MG), mas que são conversas minhas com o maior partido da base. Como são as minhas conversas com o Domingos Sávio (presidente do PL-MG), que é o segundo maior partido da base, como também são comuns nas minhas conversas com Pinheirinho, presidente do PP, ou como é com o deputado Marcelo (Freitas), presidente do União Brasil, ou com o nosso presidente da Assembleia, o deputado Nilton Cardoso, presidente do MDB, ou as minhas conversas com os outros partidos que formam esse núcleo central do que a gente espera, que seja o movimento de eleição da sucessão do governador Romeu Zema.

    Esses partidos estavam todos conosco. Mesmo o PSD, que tinha candidato a governador na última eleição, tinha quase todos os seus candidatos a deputado federal ou estadual fazendo campanha para o governador Romeu Zema, que foi uma situação, inclusive, que causou algumas brigas dentro da equipe do (Alexandre) Kalil (ex-prefeito de Belo Horizonte).

    Eu mantenho uma conversa muito aberta com esses partidos, porque eu tenho certeza de que sem eles pode até ser que alguém ganhe a eleição, mas não governa Minas Gerais no dia seguinte. Eu preciso dessa frente ampla. Nós fomos eleitos com uma coligação de 10 partidos e eu gostaria que a sucessão do governador fosse construída com uma coligação ainda maior, que nos garantisse uma base com ainda mais tranquilidade de trabalho dentro da Assembleia Legislativa.

    Não tenho nenhuma pretensão de sair do Novo. Eu e o governador temos uma identificação com o Novo, que é uma identificação do próprio motivo da gente ter vindo para a política pública, a política eleitoral. Mas não dá para imaginar que é possível governar sozinho. Nós estamos falando de uma eleição com duas vagas de Senado, governador, vice-governador, chapa presidencial. Nós vamos precisar estar numa composição que, eu espero seja, uma composição larga de centro-direita.

    Infraestrutura, concessão rodoviária, privatizações são gargalos do estado. Inclusive, recentemente uma pesquisa da CNT que apontou que 36% das nossas rodovias são classificadas como ruins ou péssimas. Em comparação com São Paulo, que só tem 2%, chega a ser um incômodo. Existe uma preocupação do governo em melhorar nossa infraestrutura rodoviária ou tirar a sobrecarga das estradas voltando à origem ferroviária? Há algo que o governo do estado possa efetivamente fazer sobre isso?

    O governador, quando a gente começou o segundo mandato, estabeleceu que a nossa meta estava em geração de emprego e qualificação de renda, e que tudo ia ser feito nessa direção, já que a gente tinha passado o primeiro mandato trabalhando com a colocação das contas em dia. Para isso, ele traçou três grandes estratégias. Primeira grande estratégia: atração de investimento. Nós já ultrapassamos R$ 450 bilhões de investimentos atraídos. Estamos com um saldo positivo de geração de emprego do Caged, que supera 950 mil carteiras assinadas desde o início do governo Zema, fazendo com que a gente esteja registrando há três trimestres consecutivos recorde em taxa de desemprego no estado de Minas Gerais. Neste momento, menor taxa de desemprego da história, desde que existe o índice de desemprego do IBGE. Minas Gerais nunca teve um desemprego tão baixo. ‘”Ah… o Brasil inteiro está melhorando”? Melhor número do Sudeste já há mais de dois anos. É melhor do que São Paulo, melhor do que Rio de Janeiro, melhor do que o Espírito Santo. Então esse é um drive da estratégia, atração de investimento para a geração de empregos.

    Segundo drive: qualificação de mão de obra. Para o Trilhas de Futuro são 100 mil vagas para curso formação técnica e profissionalizante por ano. O programa está rodando há três anos, mais de R$ 1,5 bilhão de investimentos nessa linha estão qualificando a nossa mão de obra para a gente conseguir melhorar a renda média do trabalhador.

    E a gente esbarra no terceiro gargalo, que é esse da infraestrutura. Ele demanda mais tempo, mas nós saímos de um investimento de R$ 320 milhões em asfalto no primeiro ano do governo Zema para R$ 3,1 bilhões de investimento em asfalto este ano. R$ 1 bilhão das concessionárias e R$ 2,1 bilhão do caixa do governo. Então nós aumentamos em mais de oito vezes o volume total de investimentos, desde o primeiro ano do governo até hoje.

    Vamos continuar com essa média de investimentos e vamos continuar com a estratégia de concessões. Concedemos quatro blocos no primeiro governo, mais o Rodoanel. Vamos conceder cinco blocos nesse segundo governo. No primeiro semestre (de 2025), com a previsão do lançamento da licitação do trecho Ouro Preto-Mariana, que vai até a Zona da Mata, em Ponte Nova, uma concessão com investimentos nossos de quase R$ 2 bilhões, mais a concessão do Eixo Norte da região metropolitana, fazendo a ligação com Sete Lagoas e todas as cidades que estão no meio do caminho. É uma concessão de quase 600 km, que leva à Serra do Cipó e a outras cidades. Outros quatro blocos que estão em estudo para serem licitados no segundo semestre de 2025 e primeiro semestre de 2026. Ainda tenho trechos no Leste de Minas, na Zona da Mata, mais um trecho no Sul de Minas. Esses blocos de concessão são importantes porque no momento em que eu concedo uma rodovia de alto fluxo, eu consigo deslocar dinheiro para a manutenção das rodovias de baixo fluxo, aquelas de ligação, de acesso local a pequenas cidades, que eu não vou conseguir conceder nem pedagiar porque não tem fluxo suficiente para que isso aconteça. Então, a estratégia concessão é uma estratégia de liberação do curso para vias que são consideradas vias de menor movimento. A nossa meta é continuar investindo R$ 3 bilhões por ano ao longo desses próximos dois anos que nos faltam de governo. O que é uma média histórica nunca imaginada em Minas Gerais.

    Vamos começar a ver também alguns investimentos sendo entregues. A ponte sobre o Rio São Francisco, a nova ligação de Montes Claros a Brasília, o início das obras do Rodoanel já no ano que vem, a linha 2 do metrô, que é infraestrutura importante com obras já iniciadas. O governador até fala que o futuro governador vai entregar mais do que ele vai entregar aqui. O governo dele está plantando mais do que vai colher, mas a gente sabe que infraestrutura é assim mesmo, então tem muito investimento acontecendo ao longo desses próximos anos em rodovia.

    Estamos animados também que o governo federal, finalmente, começa a pôr de pé os compromissos dele de é concessão da BR-040, da BR-262 e da BR-381. Lembrando que nós fizemos constar no acordo de Mariana a responsabilidade do governo federal de duplicar a BR-262 no sentido Vitória (ES). É um problema que até hoje não tinha sido tratado.

    Fica ainda pendente algumas rodovias federais importantes para a gente. A BR-367, no Vale do Jequitinhonha, para o desenvolvimento do Vale do Lítio, ela é muito importante. Obra muito lenta do governo federal. E a BR-251 e a BR–116 na direção Norte, na ligação com o Nordeste, que precisam ser concedidas. Estavam com tudo pronto para a concessão ser feita, mas o governo federal “sentou” em cima desse projeto. É a ligação de Montes Claros com Salinas, que é a estrada mais perigosa do estado hoje, por conta do volume de carretas que transita por ali numa via de pista simples.

    Mas estamos avançando muito e vamos perceber isso de forma muito clara ao longo dos próximos anos, como já se percebe em algumas regiões. Eu chamo atenção para a minha preocupação dos investimentos ferroviários que você levantou.

    Nós temos um pleito para o governo federal, por conta da renegociação das concessões ferroviárias federais, tanto a Centro Atlântica (FCA) quanto um a VLI. O nosso pedido é para que seja construído o ramal ferroviário que a gente chama de Unaí – Pirapora, mas ele é de Luziânia à Pirapora. Ele liga, na verdade, o ramal de Goiás com o ramal mineiro criando um eixo de escoamento do nosso grão da região central e da região do Noroeste de Minas. Isso melhoraria demais o nosso escoamento agrícola por trilhos. Pleito que está feito ao governo federal, está pré-aprovado, mas as negociações não saíram.

    E a gente tem um pleito lá (no Ministério das Cidades, responsável pela pauta) para uma extensão da nossa Linha 1 do metrô para dentro de Contagem (região metropolitana de Belo Horizonte) para atender a população ali de Nova Contagem. Seria uma obra muito importante do governo federal para a gente. A gente fez o pleito e a prefeita Marília (Campos, do PT) está junto com a gente nessa briga.

    O nosso governo não descrimina prefeito em razão da sua ligação política. A gente trabalha com o prefeito que a gente sabe que precisa atender a população, não interessa o partido do prefeito. Mas o governo federal ainda não sorriu para nós com nesse pleito, não.

    O Queijo Minas Artesanal foi reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco e isso tem um apelo cultural muito grande. O estado vai continuar explorando isso de uma forma comercial? Qual a atenção do governo para esse aspecto cultural de Minas Gerais?

    Mateus Simões durante evento em comemoração ao reconhecimento do Queijo Minas Artesanal como patrimônio imaterial da humanidade pela Unesco. Créditos: Gil Leonardi/ Imprensa MG

    | GIL LEONARDI

    Reconhecimento do queijo é, na verdade, uma etapa importante da criação da marca Minas, do que Minas Gerais representa. Minas Gerais é muito mais do que o queijo mas é lembrada inicialmente pela sua comida e a gente não pode deixar isso de lado nem ver isso de qualquer jeito. Isso é uma marca importante. Vamos lembrar que só existem cinco alimentos, antes do queijo, registrados como patrimônio imaterial da humanidade. O último foi a baguete francesa. Nenhum laticínio tinha sido reconhecido. E agora nós estamos no mesmo ponto de reconhecimento mundial da dieta mediterrânea, que é o primeiro alimento reconhecido pela Unesco. Esse é o grau do impacto e o reconhecimento não é só do queijo. É do queijo e o seu modo de preparo, porque isso fala um pouco do que é o mineiro. A ideia do Pingo, do queijo que você passa do pai para o filho, e é a mostra do queijo que vai ser usada para gerar o próximo queijo.

    É muito importante pra gente, mas é também importante economicamente. Uma família hoje de produção de queijo artesanal, produzindo 20 queijos por dia, consegue ter uma renda líquida de R$ 30 mil, numa propriedade de 10 mil hectares, uma coisa impensável no Brasil. Você não vai encontrar isso em nenhum lugar no Brasil. Uma família sem empregados, conseguindo uma renda líquida de R$ 30 mil com a exploração de um produto de produção artesanal agrícola. É motivo de muito orgulho pra gente.

    Vamos continuar insistindo porque agora o desafio é comercial, é fazer com que a gente expanda as nossas queijarias certificadas para algo próximo de 3 mil, que é o que a gente estima que seja possível fazer ao longo dos próximos anos.

    Existem próximos passos importantes. A Unesco está analisando o registro das cavernas de Peruaçu como Patrimônio Natural da Humanidade. Nós temos Patrimônios Culturais da Humanidade, como Diamantina, Ouro Preto e Pampulha; Congonhas, com as obras do Aleijadinho. Agora temos Patrimônio Imaterial da Humanidade no nosso queijo. E teremos Patrimônio Natural da Humanidade com as cavernas de Peruaçu.

    É isso é um a tríade importante para a gente por conta do turismo. Minas Gerais é o estado que mais cresce em turismo no Brasil, há cinco anos consecutivos sem nenhum ano de folga. A ponto de o Carnaval desse ano ter tido Minas Gerais como o terceiro maior destino turístico estrangeiro no Brasil, perdendo só para Rio e São Paulo. Ficamos à frente da Bahia em fluxo de turismo internacional durante o Carnaval.

    Então esses reconhecimentos fazem parte de uma estratégia da promoção marca Minas como uma marca internacional. Os lugares são reconhecidos essencialmente pela vivência das pessoas naqueles lugares e a partir daí você tem uma oportunidade sem fim. Todo mundo que vem a Minas Gerais quer entender um pouco melhor o que é ser mineiro. Eu brinco que ser mineiro é mais um estado de espírito do que uma certidão de nascimento. Nós temos que fazer com que Minas Gerais seja lembrada sempre. Isso significa riqueza, oportunidade para a nossa população, do homem simples do campo que produz o queijo ao grande industrial. A gente tem um todo, um ambiente de geração de oportunidades.

    As informações são do site Gazeta do povo, Clique aqui

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