Manifestantes foram às ruas no centro de São Paulo na noite desta quinta-feira 9 para protestar contra o aumento das tarifas do transporte público. A passagem de ônibus subiu de 4,40 para 5 reais, enquanto o bilhete de trem e metrô saltou de 5 para 5,20.
O prefeito Ricardo Nunes (MDB) anunciou o reajuste das passagens de ônibus em 26 de dezembro. A última mudança havia ocorrido em 2020, sob a gestão de Bruno Covas (PSDB).
A mobilização desta quinta, organizada pelo Movimento Passe Livre com uma concentração em frente à sede da prefeitura, no Viaduto do Chá, contou com o reforço de políticos.
Para a vereadora Amanda Paschoal (PSOL), a decisão de Nunes e do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) marca um retrocesso e precariza a situação dos mais vulneráveis, por cobrar mais caro em troca de um serviço de baixa qualidade.
“Precisamos seguir construindo mais atos com adesão popular para pressionar o governo e a prefeitura, cobrar dos vereadores e dos deputados e conseguir reverter essa decisão’, afirmou a psolista a CartaCapital.
Amanda Paschoal (PSOL-SP) em ato contra o aumento da tarifa de transporte em São Paulo. Foto: Sebastião Moura
Paschoal e o vereador Nabil Bonduki (PT) acionaram a Justiça para contestar a reunião do Conselho Municipal de Trânsito e Transporte que definiu o aumento da tarifa de ônibus na capital.
O encontro, segundo a dupla, não cumpriu os requisitos necessários e o processo foi marcado por falta de transparência e de participação social.
Na manifestação de rua, cartazes e palavras de ordem miravam Nunes e Tarcísio.
“A grande maioria das pessoas é a favor do passe livre e está revoltada com esse aumento da passagem”, resumiu a deputada estadual Letícia Chagas (PSOL).
Manifestantes protestam contra aumento da passagem de ônibus e metrô em São Paulo. Fotos: Sebastião Moura
De acordo com a parlamentar, não há razão para o reajuste, uma vez que as empresas de ônibus “nunca ganharam tanta verba pública”. Chagas também mencionou as investigações sobre supostas irregularidades em contratos de transporte público na cidade, um tema explorado por adversários de Nunes na eleição de 2024.
Na reta final do ato, por volta de 19h40, policiais militares formaram um cordão para impedir a passagem rumo ao Terminal Bandeira e à estação de metrô Anhangabaú. Após representantes da Defensoria Pública conversarem com os agentes, o caminho foi liberado. O protesto terminou aproximadamente às 20h, sem confrontos.