A delegação israelense viaja para a capital do Catar nesta segunda-feira 17, após uma conversa entre o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e o enviado dos EUA para o Oriente Médio, Steve Witkoff.
O objetivo das negociações é dar continuidade à implementação da primeira fase do acordo de cessar-fogo, que entrou em vigor no dia 19 de janeiro. Outra prioridade é permitir a entrada, na Faixa de Gaza, de cerca de 60 mil casas pré-fabricadas e material de terraplanagem, que permitirá a retirada dos escombros.
Em troca, Israel espera obter garantias para a libertação de seis reféns nos próximos dias. Na noite desta segunda-feira, o gabinete de segurança israelense se reunirá em Tel Aviv para discutir como a segunda fase do cessar-fogo será colocada em prática.
Esta etapa prevê a libertação de mais prisioneiros e detidos palestinos, incluindo aqueles que cumprem sentenças de prisão perpétua, a retirada total das tropas de Israel da Faixa de Gaza e um cessar-fogo permanente.
A terceira e última fase será dedicada à reconstrução da Faixa. A ONU estima que serão necessários mais de US$ 53 bilhões (R$ 303 bilhões na cotação atual).
Após uma reunião com o secretário de Estado americano Marco Rubio, neste domingo, o premiê israelense disse que Israel e os Estados Unidos “têm uma estratégia comum”, mas cujos detalhes não podem ser divulgados publicamente.
Rubio chega à Arábia Saudita nesta segunda-feira. O avião do secretário de Estado americano decolou nesta manhã do aeroporto Ben Gourion, perto de Tel Aviv. Ele se encontrará com dirigentes sauditas antes de ir para os Emirados Árabes Unidos.
“O Hamas não pode continuar sendo uma força militar ou governamental e deve ser eliminado”, declarou o secretário de Estado. Netanyahu reagiu dizendo que abriria os “portões do inferno” para o Hamas e “terminaria o trabalho” com o Irã, um aliado do movimento palestino.
O Teerã criticou nesta segunda-feira comentários do premiê israelense e denunciou uma ‘violação’ do direito internacional. “Ameaçar os outros países é uma violação flagrante do direito internacional e da Carta das Nações Unidas”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Esmail Baghai à imprensa. Ele acrescentou que Israel “não pode fazer nada” contra o Irã.
A trégua entrou em vigor em 19 de janeiro, após 15 meses de guerra em Gaza, mas há alguns dias o Hamas disse que poderia suspender a libertação dos reféns e Israel ameaçou retomar a guerra. Ambos alegam violações do acordo de trégua.
Após os esforços de mediadores do Catar e do Egito, o Hamas libertou no sábado três reféns israelenses e Israel 369 prisioneiros palestinos. Esta foi a sexta troca desde o início do cessar-fogo em 19 de janeiro.
Para marcar os 500 dias dos ataques terroristas do Hamas em Israel, que desencadearam a guerra em Gaza em 7 de outubro, as famílias dos reféns israelenses iniciaram um jejum de 500 minutos, o equivalente a 8 horas, para pressionar o governo do Estado judeu.
Cúpula na Arábia Saudita
A Arábia Saudita sediará, em 20 de fevereiro, uma cúpula de cinco países árabes para elaborar uma resposta à proposta de Trump de deslocar os 2,4 milhões de habitantes da Faixa de Gaza e torná-la um destino turístico luxuoso como a Riviera francesa. A ideia de Trump tem o apoio de Israel, mas é criticada de forma geral pela comunidade internacional.
O presidente egípcio, Abdel Fatah al-Sisi, assegurou, neste domingo, que estabelecer um Estado palestino é “a única garantia” de uma paz duradoura no Oriente Médio.