A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro afirmou nesta sexta (21) que apenas o “Supremo poderoso” poderá dizer algo sobre a possibilidade de prisão de Jair Bolsonaro (PL). Sem explicar o que quis dizer com isso, ela afirmou, em discurso, que o ex-presidente é perseguido e que não tem projeto de poder exceto “paixão pelo nosso Brasil”.
“Só o Supremo poderoso poderá dizer”, disse Michelle a jornalistas durante um evento do PL em Brasília.
Em outros momentos do evento, Michelle usou tom religioso e disse que o marido enfrenta “momentos difíceis” e é alvo de “perseguições”. Ela pediu que os apoiadores não desanimem.
“Nunca mais tivemos um dia de paz, mas louvado seja Deus porque nessa luta, nesses dias tão difíceis, o Senhor tem nos forjado, nos fortalecido e nós estaremos de pé. Não desistam da nossa nação, permaneçam firmes porque do lado de cá permanecemos firmes. Não desistam, não vão nos calar”, declarou.
Parte da denúncia da PGR se baseia na delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Segundo o relato, Michelle fazia parte de um “grupo radical” junto do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), entre outros, para pressioná-lo a dar um golpe contra a posse do então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Michelle reforçou o discurso de que Bolsonaro voltará à presidência “se Deus quiser”, mesmo ainda estando inelegível por decisão da Justiça Eleitoral.
“O povo dessa nação será liberto e toda essa mentira cairá por terra. O povo de bem está acordando, não vai desistir do nosso Brasil. É só um momento difícil que nós estamos passando. Deus permitiu esse momento que a gente pudesse comparar entre o governo justo e o ímpio”, completou.
A defesa do ex-presidente afirma que ele “jamais compactuou com qualquer movimento que visasse a desconstrução do Estado Democrático de Direito” e que a denúncia da PGR não se sustentará juridicamente.
Bolsonaro é acusado pelos crimes de organização criminosa armada, golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, dano qualificado por violência e grave ameaça contra patrimônio da União.