O presidente Lula (PT) defendeu, na manhã deste sábado 22, que o PT volte a dialogar com a periferia. As declarações foram feitas durante a comemoração dos 45 anos do partido, comemorada no Rio de Janeiro.
“O PT precisa avançar sem perder a sua essência. Precisamos voltar a conversar política dentro das fábricas, no local de trabalho, ir onde a classe trabalhadora está. É preciso dialogar com a periferia, percorrer o Brasil, dialogar com as igrejas, gastar sola de sapato na periferia“, afirmou.
“[É necessário] Ocupar de novo as ruas com nossas bandeiras, porque se a gente aparece de quatro em quatro anos para pedir voto, seremos iguais a qualquer partido político desse país”, prosseguiu Lula, que ainda defendeu que os integrantes do partido façam a leitura do manifesto do PT.
Lula defendeu que o partido retome práticas como organização em núcleos setoriais e comunitários, e o orçamento participativo que o levou a se tornar uma das maiores legendas do País.
“O PT era organizado por núcleos. Eram núcleos por bairros, núcleos por local de trabalho, núcleos por locais de estudo, e eu lembro que chegamos a ter 1.600 núcleos do partido organizados por várias categorias. Lamentavelmente, isso deixou de ser uma prática. Outra coisa que o PT fez história foi o orçamento participativo, que em muitos lugares também deixou de existir”, declarou.
Lula ainda teceu elogios à presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, que é uma das cotadas para assumir um ministério do governo, na perspectiva da reforma ministerial.
O presidente ainda mencionou a dificuldade que o governo tem tido de se comunicar. Sem mencionar diretamente a sua crise de popularidade em seu terceiro mandato, Lula mencionou que a falta de informação sobre os feitos do governo reduz a capacidade dos militantes petistas de defender sua gestão.
“Cabe ao governo fazer as coisas corretas e dar as informações para vocês. Porque o governo que não dá informações, às vezes não tem como militante defender. E eu sei que nós não demos informações. Eu fiz uma reunião ministerial faz mais ou menos 20 dias. Eu descobri na reunião que o ministério do meu governo não sabe o que nós estamos fazendo. Se o ministério não sabe, o povo muito menos”, declarou.