A segunda temporada da série 1923 chega neste domingo (23) ao Paramount+ não só para revelar detalhes sobre a origem da poderosa família Dutton de Yellowstone. A produção, protagonizada por Harrison Ford e Helen Mirren, também vai fundo nas raízes do próprio Estados Unidos –que, em alguns aspectos, não mudou tanto assim em um século.
Afinal, o telespectador mais atento já deve ter percebido que alguns assuntos abordados na primeira temporada seguem nas páginas dos jornais hoje: das dificuldades do agronegócio norte-americano com intempéries climáticas a uma crise econômica e social que se desenha no horizonte.
O ator Sebastian Roché, que interpreta o padre Renaud, acredita que os paralelos entre a realidade socioeconômica de 1923 e dos dias atuais não são mera coincidência.
“Acho que, em diferentes eras históricas, as crises vêm e vão. Em 1923, os personagens tiveram que se adaptar e mudar assim como, hoje, nós também fazemos o mesmo –mesmo que estejamos vivenciando algo que é completamente diferente”, analisa o artista, em entrevista exclusiva ao Notícias da TV.
Roché, inclusive, está à frente de uma das tramas mais emblemáticas sobre as questões que ainda persistem na sociedade americana. Ele é um padre francês que comanda com mãos de ferro uma escola mantida pela Igreja Católica para nativos-americanos.
Renauld personifica o quanto o chamado “processo civilizatório” foi, na verdade, uma barbárie contra os povos indígenas por toda a América, inclusive nos Estados Unidos.
“Acho que o mais interessante da segunda temporada é quanto você verá o meu personagem fora dos limites do internato, fora dos limites da igreja. De repente, ele é empurrado para dentro do bom e velho oeste”, adiante, sem dar muitas pistas.
Em meio a mudanças climáticas que vão de ondas de calor no Brasil a queimadas intensas nos Estados Unidos, o telespectador vai até sentir um déjà-vu nos novos episódios de 1923. Um inverno cruel vai impor novos desafios para Jacob (Harrison Ford) e Cara (Helen Mirren) no rancho Dutton.