As autoridades uruguaias investigam um ataque cibernético, supostamente realizado na Argentina, a sites oficiais, que expôs informações pessoais do presidente uruguaio, Yamandú Orsi, assim como denúncias de “corrupção política” e ameaças contra líderes e autoridades, disse uma fonte do governo nesta segunda-feira (17).
“A Direção de Investigações da Polícia Nacional trabalha em nome do Ministério do Interior, em coordenação com a Direção Nacional de Aviação Civil e Infraestrutura Aeronáutica (Dinacia) do Ministério da Defesa e da Presidência”, disse a fonte à AFP.
“Haverá um anúncio oficial em algumas horas”, acrescentou, sem dar mais detalhes.
Segundo relatos da imprensa, o site da Dinacia, que faz parte do Ministério da Defesa, foi comprometido nesta segunda-feira com informações extraídas na sexta-feira do Sistema de Gestão de Segurança (SGSP) do Ministério do Interior.
O jornalista local Eduardo Preve declarou em sua conta na rede X que “o ataque veio da Argentina e seu autor foi o La Pampa Leaks”, em colaboração com BogotaLeaks e Uruguayo1337, segundo o fórum de internet BreachForums.
Na captura de tela do site da Dinacia, publicada por vários veículos de comunicação, é possível ver fotos de Orsi e do diretor de segurança da Agência de Governo Eletrônico, Sociedade da Informação e Conhecimento (Agecic), Mauricio Papaleo, supostamente retiradas de seus documentos de identidade.
O número de telefone pessoal do presidente Orsi também teria sido vazado, mas não aparece no material publicado.
Além disso, era possível ler a seguinte mensagem: “O Uruguai está cada vez pior, há mais corrupção política, mais máfias, mais pobreza e a única coisa que o povo vê na resposta do Estado são agendas políticas ditadas pela agenda 2030 e pelo WEF (Fórum Econômico Mundial)”.
“Estamos cansados do progressismo, das mentiras dos políticos e, acima de tudo, da deterioração da imagem do Uruguai. O Uruguai precisa de governantes, não de fantoches”, acrescenta.
“Temos acesso a todos os endereços, registros do SGSP, segredos e arquivos de todos os políticos e funcionários públicos. Sabemos quem eles são, sabemos onde estão e faremos com que paguem pelo que estão fazendo ao Uruguai”, conclui o texto.
O diretor da Dinacia, Leonardo Blengini, disse ao jornal El Observdor que foi criado “um patch” acima do portal, uma espécie de “foto” colocada em cima, mas descartou indícios de acesso ao interior do site do governo.