O disco Nada de Se Matar ou Morrer de Amor reflete um momento pelo qual a cantora Daíra passou: nunca havia “quebrado a cara” por amor, mas esse dia chegou. Foi, segundo ela, um processo “dilacerante”. Filha de pais poetas, já fazia, à época, um exercício concentrado para compor. Era algo que estava em casa, mas ela precisava de um salto para se tornar mais que uma intérprete.
Daíra deu o salto. Depois de Flor (2014), Amar e Mudar as Coisas (2017) e Sansara (2021), a cantora de voz potente agora se apresenta como compositora em Nada de Se Matar ou Morrer de Amor (Saravá Discos), com 11 faixas.
“A composição foi um fator decisivo para me reerguer”, afirma a CartaCapital. “Quando compunha alguma coisa, vinha aquele lampejo de alegria. Então, essa foi a forma que arranjei para viver”.
Além de músicas de cunho romântico, Daíra tratou do empoderamento feminino. Em Frida Kahlo não Me Calo (Daíra e Diana Manacá) e Deus é Mulher (Daíra e Andréa Bak), com participação de Andréa Bak, ela propõe reflexões sobre a equidade de gênero.
Zeca Baleiro produziu o disco. Ele havia se impressionado com uma composição que Daíra apresentou e, então, sugeriu que a cantora fizesse um disco com canções próprias.
“Zeca foi muito responsável por me destravar”, resume. Entre as músicas da dupla no disco estão Pra Sentar num Bar, com participação do próprio Zeca Baleiro em dueto, Garfo e Sopa, a canção em inglês Guitar Hero (Too Much too Little) — composição também de Lucas Fidelis — e Quem Vem de Lá.
Little Gipsy (João Mantuano e Daíra), também em inglês, tem a participação de Zé Ibarra. Ela mostrou a música ao cantor em uma roda de violão e ele gostou tanto que foi chamado para a gravação no disco.
A canção em espanhol Corazón de Piedra (Daíra, Lucas Fidelis, Lola Parda e Augusto Feres) tem a participação de Lola Parda e Lucas Fidelis. A argentina Lola, da dupla Perotá Chingó, a propósito, é uma referência para Daíra.
Complementam o álbum Manhã de Inverno, de Daíra com o pai, Carluiz Saboia, e duas músicas apenas da cantora.
Assista à entrevista de Daíra a CartaCapital: