O ministro Kassio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal, determinou que a Polícia Federal abra um inquérito para apurar supostas ameaças feitas pelo deputado federal e ex-presidente do União Brasil, Luciano Bivar (PE), contra o advogado e novo dirigente da sigla, Antonio de Rueda.
A decisão atende a um pedido da Procuradoria-Geral da República, que deu aval à apuração em 5 de abril. O caso tramita em sigilo na Corte.
Rueda acusa o parlamentar de ameaçar de morte ele e sua família, em fevereiro, em meio a uma briga pelo comando do União. O partido foi criado em 2021, a partir da fusão entre Democratas e PSL.
Foi a defesa do novo presidente da legenda que pediu a investigação no Supremo após um incêndio destruir duas casas de sua família no litoral de Pernambuco.
A representação contra Bivar foi apresentada à Delegacia Especial de Crimes Cibernéticos da Polícia Civil do Distrito Federal. Por se tratar de um deputado em exercício, o caso foi enviado ao STF.
Os advogados de Rueda afirmam que há uma “pluralidade de indícios” que ligam o parlamentar ao incêndio, “ainda que não se possa afirmar solenemente a autoria do deputado no caso”. Para a defesa, o episódio “revela a escalada da violência política”.
No dia 20 de março, Bivar acabou afastado da presidência do União. O mandato dele só terminaria em maio, mas o partido resolveu antecipar sua saída após a ferrenha briga com Rueda.
O prazo para a conclusão do inquérito é de 60 dias. Depois dessa etapa, a PF deverá apresentar um relatório e, na sequência, a PGR decidirá se apresenta ou não denúncia contra Bivar.