O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, respondeu, nesta sexta-feira 12, aos ataques feitos por Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, ao seu trabalho na articulação política do governo Lula (PT). Segundo defendeu o ministro, as ofensas do deputado não passam de ‘rancor’.
“Sinceramente, não vou descer a esse nível. Sou filho de uma alagoana arretada que sempre disse que, se um não quer, dois não brigam”, comentou Padilha a jornalistas antes de um evento no Rio de Janeiro.
Em seguida, o ministro citou os versos do rapper Emicida para o parlamentar:
“Não tenho nenhum tipo de rancor. A periferia de São Paulo produziu uma grande figura, o Emicida, que diz: ‘Mano, o rancor é igual tumor: envenena a raiz, quando a plateia só deseja ser feliz’. Sei que os deputados querem ser feliz e manter os bons resultados para o País”.
A resposta de Padilha a Lira ocorre pouco depois do presidente da Câmara dizer que o ministro é um ‘incompetente’. O político alagoano também disse que o atual ministro é um ‘desafeto pessoal’. O episódio marca o ápice de uma tensa relação, que se arrasta desde, pelo menos, 2023.
A crise atual teria sido motivada pela orientação do governo federal em manter a prisão do deputado Chiquinho Brazão, suposto mandante do assassinato de Marielle Franco.
Lira considerou a ação de Padilha no caso como uma interferência do governo no trabalho do Congresso. Aliados do deputado articulavam a derrubada da ordem de prisão em um recado institucional ao STF.
O ministro, por sua vez, negou ter interferido no processo.
“O único ato que fizemos publicamente durante a votação desse tema foi afirmar que o governo defendia, sim, a manutenção da prisão desse parlamentar. Lembrando que o governo inclusive tem uma ministra que é irmã da Marielle”, explicou Padilha nessa sexta-feira.