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    CartaCapital lança ‘Fora da Faria’, uma coluna de negócios sobre a economia real – Fora da Faria – CartaCapital

    PUBLICAÇÃO

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    Conceição, minha mãe, passou a vida indo ao mercado. Quando dizia “vou ao mercado”, nunca foi ao banco. Porque, para ela, corretamente, mercado é mercado e banco é banco.

    Mercado é o local em que produtores e compradores realizam trocas. Essa é a premissa que norteará os temas da coluna. O sistema financeiro não será tratado como mercado e, se o for, será mencionado como mercado financeiro. A importância disso? Romper com um ciclo em que o sistema financeiro recebe mais atenção do que o setor produtivo. Bancos devem ganhar – e muito – com o aumento da Selic. Ganham com as oscilações. O setor produtivo não. O mercado real sofre. Bancos e rentistas riem.

    É essa sabedoria popular que inspira Fora da Faria – uma coluna que olha para a economia real, aquela que acontece nas gôndolas, nas fábricas de biscoito, nas cervejarias e nas lojas de shopping. E que emprega 8,5 milhões de brasileiros.

    Subindo para o BC

    Gabriel Galípolo sobe ao palco como presidente do Banco Central nos dias 28 e 29 de janeiro, datas da primeira reunião do Copom. É aguardada uma nova elevação da Selic, que alguns dizem ter potencial para chegar a 15% em 2025. Veremos qual será a reação do mercado real e dos setores políticos.

    O aumento da taxa de juros vem na esteira do estouro da meta de inflação, da alta do dólar e das cobranças por uma política fiscal mais agressiva. O remédio, no entanto, corre o risco de fazer adoecer os segmentos geradores de emprego e renda. Empresas revisaram investimentos. Planos de crescimento estão em compasso de espera. O país pode perder ainda mais competitividade.

    Compras a prazo são impactadas na hora. Financiamento de imóveis, idem. Mas tem gente que vai ganhar muito com essa alta. Sem gerar um novo posto de trabalho.

    O economista Gabriel Galípolo, o próximo presidente do Banco Central. Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

    Não tem a ver, mas tem tudo a ver

    Dados da Unicef apontam que o número de crianças pobres no Brasil em 2024 caiu para 55,9%. Em 2019, o número era de 59,5%. É uma redução de 3,13 milhões de crianças e adolescentes até 17 anos. O índice leva em conta múltiplas dimensões, não apenas a renda, mas também dados como proteção contra trabalho infantil, moradia, saneamento e outros. Ainda estão nessa situação 28,8 milhões de crianças.

    Além das políticas públicas de atendimento aos mais vulneráveis, é preciso o fortalecimento do mercado interno. Emprego e salário digno distribuem renda. O consumo interno forte significa produção forte e serviços gerando postos de trabalho.

    *

    Trump e o mercado

    Trump tomou posse. Definiu que existem dois gêneros apenas, saiu do Acordo de Paris, vai deportar cerca de 11 milhões de pessoas e quer deixar de considerar americano nato quem nasceu no país, mas tem pais imigrantes ilegais. O trabalho remoto para órgãos do governo acabou. Disse que não precisa do Brasil e rompeu com a Organização Mundial de Saúde. Vai aplicar medidas protecionistas e promete reindustrializar o país. A sensação é que está instaurada o Ano I do “Eu me Basto”.

    Há um certo frisson no ar com o apoio das big techs ao conservador. A casca do conservadorismo é o desenho grotesco dos reais motivos. O principal é um velho conhecido: capitalismo. O movimento dessas empresas é movido por interesses em negócios. A redução das políticas antitruste, as quais Trump deve evitar, interessam diretamente aos gigantes que buscam o monopólio. O país tem uma das maiores reservas de bitcoins do mundo, resultado de apreensões, o que mobiliza investidores e fornecedores de tecnologia. Temos dois milionários na corrida espacial, o que interessa diretamente para o governo americano, um dos maiores compradores e tomadores de serviços do mundo. Os gastos militares do país giram ao redor de 1 trilhão de dólares. São gastos que, cada vez mais, exigem infraestrutura. Inteligência artificial, certamente.

    O afrouxamento das regras de checagem deve avançar contra os direitos individuais. A proteção de dados deve ser flexibilizada. Isso interessa aos gigantes, que tem muito mais dados do que qualquer país do mundo. São potências globais. Informação é dinheiro. Principalmente para quem atua no comercio digital. Regras frouxas podem significar comercialização de dados. Seus dados.

    *

    A Meta em 2025

    Enquanto isso, no Brasil, as metas se desenrolam. Empresas começam o ano estabelecendo metas de crescimento e rentabilidade, agora tentando entender como lidar com o apagão no tema da diversidade. A Meta renunciou a seu modelo de checagem de informações e também liberou “opiniões”. Na esteira de outras decisões, grandes corporações começam a debandar das políticas de diversidade, tudo na esteira da vitória de Trump.

    Elon Musk em evento da posse de Donald Trump, em 20 de janeiro de 2025. Foto: Reprodução

    Decisões desse tipo, de alterar o que seria uma política corporativa, não são tomadas de repente. Existe sempre um pensamento orientado para os resultados financeiros. Mudar a posição sobre diversidade é resultado de uma convicção dessas empresas de que o faturamento está preservado. Em síntese, não haverá perdas financeiras com o fim das pautas de diversidade.

    Nos EUA, em período recente, Microsoft, Zoom, Walmart, Ford, John Deere, Amazon e Harley-Davidson já revisaram suas políticas nessa área. A Meta perderá investimentos? Pouco provável. O que indica que a militância digital grita na arquibancada, mas não altera o resultado. Há muita indignação e pouca ação.

    A estratégia de usar influenciadores para divulgar produtos pode ser diretamente impactada. Muitos deles, identificados com os setores que agora podem ser “agraciados” com manifestações sem mediação, emprestam suas imagens para as marcas. As empresas vão manter seus contratos com eles em um eventual linchamento virtual? Vão defendê-los em caso de ataques?

    A meta das empresas, até agora, é fingir que não têm responsabilidade alguma, o que reforça a tese de que estavam apenas envolvidas nos temas para garantir reputação ou vendas.

    Uma das alterações válidas globalmente é a possibilidade de “opiniões” sobre “gênero e orientação sexual”. No Brasil, diversas empresas apoiam ações de empreendedorismo feminino, assinaram manifestos contra o assédio e patrocinam, por exemplo, as Paradas LGBTQIA+. Nenhuma delas se posicionou até o momento sobre as novas diretrizes.

    *

    Você tem fome de quê?

    Alimentos e bebidas representaram um terço da inflação de 2024. O aumento de alimentos foi de 7,69%, contra uma inflação total de 4,83%. Os principais aumentos foram o café moído (39,60%), as carnes (20,84%), o leite longa vida (18,83%) e as frutas (12,12%). São produtos que frequentam a mesa dos brasileiros e impactam diretamente as camadas C/D, fundamentais para o mercado interno.

    *

    Existe clima para o clima?

    As empresas estão correndo para os braços de Trump, reconhecidamente um presidente despreocupado com as questões de sustentabilidade e do clima. Bancos e fundos americanos já entraram na corrida. Muitos começam a repensar suas estratégias de sustentabilidade. O fundo BlackRock, que antes dizia não investir em empresas de energias não renováveis, recuou da posição e agora anunciou estar deixando o Acordo de Paris de lado. O clima está quente.

    *

    É do jogo

    Bancos manifestaram preocupação com as apostas online. O Nubank foi além. Em uma ação direta, tenta dissuadir o cliente de fazer apostas usando o Pix. No foco, o endividamento de clientes e, claro, a perda de capacidade de pagamento ou investimentos.

    *

    Desce mais uma gelada

    O mercado cervejeiro teve um bom 2024. O consumo, segundo alguns fabricantes, chegou aos patamares de 2022, um crescimento de 0,8% sobre 2023. São cerca de 15,4 bilhões de litros. Projeções a partir do IPCA indicam que o preço médio cresceu cerca de 5,2%. Há uma mudança de mix de consumo, mas também uma pressão de preços de insumos. Emplacar crescimento de volume com aumento de preço só é possível com evolução da renda.

    Lula durante Cerimônia de entrega de aeronave da Embraer à Azul, no Fábrica da Embraer em São José dos Campos (SP). Foto: Ricardo Stuckert/PR

    O amor está no ar

    Depois de tempos namorando, Gol e Azul deram o passo definitivo para o casamento. Estão, digamos, noivas. Se concretizada, a fusão criará uma empresa com mais de 320 aeronaves, potencialmente com participação de 60% do mercado brasileiro. Juntas, e incluindo os acordos comerciais com outras companhias aéreas, terão pousos e decolagens para mais de 500 aeroportos em todo o mundo. A informação da possível fusão vem depois que Gol e Azul renegociaram cerca de 7 bilhões de reais em dívidas com o governo federal.

    *

    É a grana, brother

    O Big Brother Brasil 25 estreou com patrocínio vendido de 1,5 bilhão de reais, pagos por 21 marcas. Chevrolet, Mercado Livre, Electrolux, Stone, Betnacional, Rexona, Amstel, Downy, Seara, Méqui, Ademicon, Sazon, Kwai, Pantene, Ifood, MRV, Nestlé, Dove, Delícia e Claro são as compradoras até o momento de cotas e ações. Ainda existe espaço para ações específicas. O número de empresas deve aumentar.

    Uma das fortalezas do BBB é sua divulgação e interação nas redes sociais. Participantes montam estruturas de apoio para crescer nas redes. Como a intenção é fazer com que diversos segmentos da sociedade sejam representados, a diversidade é importante para a formação do grupo de participantes. Será um exercício entender como as redes vão reagir sem mediação nas questões de gênero e sexualidade.

    Informações são do site Carta Capital, Clique aqui

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