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    Israel propõe controversa ‘cidade humanitária’ em Gaza – CartaCapital

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    O governo israelense propôs recentemente agrupar a população de Gaza em uma “cidade humanitária” fechada no sul da Faixa, em um polêmico projeto que seus detratores chegaram a comparar a um campo de concentração.

    O plano provocou críticas e preocupações no exterior, mas também dentro dos círculos de segurança do país, que alertaram para o risco de um eventual retorno da administração israelense a este pequeno território palestino.

    Apresentado em 7 de julho pelo ministro da Defesa, Israel Katz, o projeto prevê estabelecer uma zona fechada no sul de Gaza se frutificarem as atuais negociações no Catar para uma trégua de 60 dias com o movimento islamista palestino Hamas.

    Segundo Katz, a zona acolheria, em uma primeira fase, cerca de 600 mil deslocados do sul de Gaza e contaria com quatro centros de distribuição de ajuda humanitária geridos por organizações internacionais.

    Mais adiante, toda a população civil de Gaza, mais de dois milhões de pessoas, seria reassentada nesse espaço.

    As autoridades israelenses controlarão quem entra nessa zona para garantir que não possuam vínculos com o Hamas. Uma vez admitidos, não poderão sair desse espaço.

    O Exército israelense garantirá a segurança à distância, segundo Katz.

    A guerra foi desencadeada por um ataque mortal do movimento islamista palestino em Israel em 7 de outubro de 2023. Em represália, o Exército israelense lançou uma vasta ofensiva em Gaza que causou dezenas de milhares de mortos, em sua grande maioria civis.

    ‘Campo de concentração’

    O projeto provocou uma enxurrada de críticas, inclusive dentro da liderança de segurança de Israel.

    A mídia informou que o chefe do Estado-Maior, o tenente-general Eyal Zamir, criticou este plano em uma reunião do gabinete de segurança.

    Segundo esses relatos, o oficial militar considerou que isso desviava a atenção dos dois principais objetivos da guerra: eliminar o Hamas e libertar os reféns tomados pelo grupo palestino em seu ataque de 7 de outubro de 2023 que desencadeou o conflito.

    A emissora israelense TV 12 apontou que responsáveis de segurança descreveram o plano como uma simples “imensa cidade de tendas” e alertaram sobre o perigo de voltar a administrar o território do qual se retiraram em 2005.

    Por motivos diferentes, a proposta também recebeu fortes críticas do exterior.

    A Agência da ONU para os Refugiados Palestinos (UNRWA) comparou esta suposta “cidade humanitária” a um “campo de concentração”.

    E o ministro britânico para o Oriente Médio, Hamish Falconer, mostrou-se “consternado” com o projeto. “O território palestino não deve ser reduzido. Os civis devem poder voltar às suas casas”, escreveu na plataforma X.

    Críticas ao custo

    A iniciativa está alinhada com os objetivos dos ministros de extrema-direita Bezalel Smotrich e Itamar Ben Gvir, importantes aliados da coalizão do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que promovem a reconstrução de assentamentos judaicos em Gaza.

    Outro ponto controverso é o custo do projeto, estimado entre 10 e 20 bilhões de novos shekels (entre 16,7 e 33,4 bilhões de reais).

    “Esse dinheiro não voltará”, criticou no domingo, no X, o líder da oposição israelense, Yair Lapid.

    “Netanyahu permite que Smotrich e Ben Gvir se afundem em seus delírios extremistas apenas para preservar sua coalizão. Antes de tirar dinheiro da classe média, ele deveria acabar com a guerra e trazer de volta os reféns”, afirmou.

    Um responsável palestino informado sobre as negociações no Catar explicou no sábado à AFP que o Hamas rejeitou essa proposta, entendendo que busca “aglomerar centenas de milhares de pessoas deslocadas em uma pequena área a oeste de Rafah”, na fronteira com o Egito.

    Segundo essa fonte, o Hamas considera a medida como uma “preparação para o deslocamento forçado para o Egito ou outros países”.

    O Ministério das Relações Exteriores palestino declarou no domingo que “a suposta cidade humanitária não tem nada de humanitária”.

    Netanyahu e vários de seus ministros apoiaram nos últimos meses a ideia de uma “marcha voluntária dos habitantes de Gaza” e elogiaram uma proposta de Donald Trump nesse sentido.

    No entanto, juristas israelenses especialistas em direito internacional enviaram na sexta-feira uma carta ao ministro Katz e ao tenente-general Zamir alertando que o projeto pode constituir um crime de guerra.

    Informações são do site Carta Capital, Clique aqui

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