A Prefeitura de Cordeirópolis, liderada pela prefeita Cristina Saad, iniciou 2025 enfrentando um déficit de R$ 29 milhões em restos a pagar, referente a dívidas acumuladas com fornecedores que não foram quitadas até o final de 2024. Diante dessa situação, a gestão municipal decidiu suspender a realização do Carnaval deste ano, evento tradicional da cidade, mas já trabalha na reorganização financeira para viabilizar a retomada da festa em 2026.
Na última segunda-feira (20), Cristina Saad reuniu-se com os presidentes das escolas de samba para apresentar o cenário e reforçar o compromisso com o equilíbrio das contas públicas. “Encontramos a Prefeitura em uma situação desafiadora, e o caos financeiro impede a realização do Carnaval em 2025. Contudo, é nosso compromisso reorganizar as finanças para que Cordeirópolis tenha Carnaval em 2026, valorizando nossas tradições”, afirmou a prefeita. Ela estava acompanhada pela secretária de Cultura, Ana Paula Magalhães.
Dívidas acumuladas e impactos nos serviços
A cidade enfrenta mais de 250 fornecedores com pagamentos em atraso, alguns há mais de um ano. Entre as principais dívidas estão:
- Coleta de lixo e limpeza pública: R$ 4,070 milhões (em negociação).
- Obras do Hospital de Cordeirópolis: R$ 4,1 milhões (em negociação).
- Entidades do 3º setor: R$ 184 mil (repasse previsto a partir de fevereiro).
- Telefonia: R$ 185.204,00 (dívida parcelada).
- Energia elétrica: R$ 1.981.468,00 (dívida parcelada).
- Consórcio intermunicipal: R$ 1.475.076,00 (em negociação).
- Cesta básica: R$ 348 mil (dívida parcelada).
- INSS patronal (novembro e 13º): R$ 1.274.658,00 (pagamento programado).
- INSS dos empregados (novembro e 13º): R$ 1.222.121,00 (pago em janeiro).
- Medicamentos: R$ 697.520,00 (dívida parcelada).
- Merenda escolar: R$ 385.420,00 (em negociação).
- Precatórios trabalhistas de 2024: R$ 2.776.143,00 (dívida parcelada).
Os reflexos dessas dívidas já são sentidos em diversos setores. Por exemplo, a linha telefônica da Secretaria de Educação foi cortada devido ao não pagamento de R$ 43 mil, parte de um total de R$ 185 mil de dívida com a concessionária. Outro impacto foi na entrega de cestas básicas, que ficou comprometida por uma dívida superior a R$ 200 mil, mas já foi renegociada, permitindo a normalização do serviço.
Esforços da gestão para estabilizar as finanças
Apesar da situação delicada, a Prefeitura já começou a tomar medidas para reverter o cenário. O pagamento dos professores foi priorizado, assim como a regularização das cestas básicas e a realização de um mutirão de limpeza na cidade. “Pedimos paciência à população nesse momento crítico. Estamos trabalhando incansavelmente para colocar a casa em ordem e, aos poucos, retomar a normalidade”, afirmou a prefeita Cristina Saad, acompanhada pelo vice-prefeito Anderson Hespanhol, o Pique.
Compromisso com a retomada
Além de negociar as dívidas, a Prefeitura planeja priorizar serviços essenciais e regularizar os repasses às entidades sociais. A expectativa da gestão é reorganizar as contas públicas ao longo de 2025, garantindo a retomada de eventos tradicionais, como o Carnaval, em 2026.









