A defesa do delegado Rivaldo Barbosa pediu ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes para que o policial preste depoimento à Polícia Federal. Ele foi preso no dia 24 de março, acusado de ser um dos mentores dos assassinatos da vereadora do Rio Marielle Franco (Psol) e do motorista Anderson Gomes. Barbosa foi chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro.
Os advogados também solicitaram a Moraes que a esposa de Barbosa, a advogada Erika Araújo, seja ouvida no processo. Ela é alvo de medidas cautelares e é apontada como responsável pela utilização de empresas para lavar o dinheiro de supostas propinas recebidas pelo delegado.
A defesa argumentou que, mesmo com determinação judicial, o depoimento ainda não foi tomado, apesar de Barbosa estar preso há mais de 30 dias, informou o portal g1. Além de Rivaldo, a Polícia Federal prendeu o deputado federal Chiquinho Brazão (União-RJ), e o irmão dele, Domingos Brazão, que é conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro.
A operação da PF que prendeu os três foi realizada com base na delação premiada do ex-policial militar Ronnie Lessa, preso desde 2019 e acusado de ser um dos executores do crime. Rivaldo Barbosa foi nomeado chefe da Polícia Civil pela Intervenção Militar na Segurança Pública do Rio de Janeiro, em 2018, e assumiu o posto na véspera do crime de que é acusado de envolvimento.
Segundo relatório da PF, o delegado exigiu que o crime não ocorresse na Câmara Municipal do Rio, para que a investigação não ficasse sob responsabilidade da Polícia Federal.
“Quando fixou a exigência de que o crime não poderia partir da Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro, Rivaldo já arquitetava a repulsão à atuação dos órgãos de persecução penal federais, notadamente a Polícia Federal, uma vez que perderia o pleno controle da apuração que lhe envolvia”, diz um trecho do relatório.