O ex-presidente Jair Bolsonaro criticou o ministro do Supremo Tribunal, Alexandre de Moraes, após ser indiciado pela Polícia Federal, nesta quinta-feira 21, por crimes contra o Estado Democrático de Direito no bojo do inquérito que apura a articulação pró-golpe para impedir a posse de Lula (PT).
“O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, disse Bolsonaro à coluna do jornalista Paulo Capelli, do Metrópoles.
“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, completou o ex-presidente.
Bolsonaro e outras 36 pessoas foram indiciadas no inquérito que apura uma tentativa de golpe após as eleições de 2022. Entre os alvos da PF estão também os ex-ministros general Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e general Walter Braga Netto, que esteve à frente da Casa Civil, da Defesa e também foi candidato a vice na chapa de Bolsonaro. O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, também foi enquadrado no inquérito.
O documento encaminhado ao STF tem mais de 800 páginas. Agora, cabe à Procuradoria-Geral da República (PGR) decidir se pede novas diligências, denuncia os investigados ou solicita o arquivamento do caso. A investigação foi iniciada ainda em janeiro de 2023. Há expectativa de que o sigilo do relatório e de outras peças que compõem a investigação seja levantado em breve.
Os crimes apontados pela corporação incluem golpe de Estado (4 a 12 anos de prisão), abolição violenta do Estado Democrático de Direito (4 a 8 anos de prisão) e organização criminosa (3 a 8 anos de prisão).