A economia brasileira cresceu 0,9% no terceiro trimestre de 2024, na comparação com o trimestre imediatamente anterior. É o que mostra o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulgou, nesta terça-feira 3, os dados do Produto Interno Bruto (PIB) do País.
No total, em valores correntes, o somatório do que foi produzido pela economia brasileira ficou em 3 trilhões de reais. Esse valor se divide da seguinte maneira: 2,6 trilhões de reais referentes ao Valor Adicionado a preços básicos e 414 bilhões de reais aos Impostos sobre Produtos Líquidos e Subsídios.
Com os dados divulgados, o PIB brasileiro acumula alta de 3,3% em relação ao mesmo período do ano passado. As sucessivas subidas fazem com que o mercado – e o próprio governo – amplie as suas expectativas para o crescimento da economia em 2024.
No início do ano, analistas do mercado projetavam um crescimento de 1,5% para o PIB neste ano, mas, agora, as previsões giram na casa dos 3,5%.
Os dados do IBGE também mostraram que o PIB do País registra alta de 4% na comparação com o mesmo trimestre do ano passado. Ao longo dos últimos quatro trimestres, a alta é de 3,1%.
Apesar da subida do terceiro trimestre ser inferior àquela registrada no segundo semestre de 2024 (1,4%), o dado ficou levemente acima do esperado pelo mercado, que projetava um crescimento trimestral entre 0,6% e 0,8%. Com a divulgação dos resultados, o dólar abriu a sessão desta terça com queda em relação ao real.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi sintético ao comentar o resultado da economia no terceiro trimestre. “Continuamos com o PIB crescendo e criando mais emprego e renda na mão dos brasileiros”, afirmou o petista, em postagem no X.
Subidas e descidas
O setor que mais contribuiu para o PIB do terceiro trimestre de 2024 foi o de Serviços, que teve alta de 0,9%. A indústria também deu sua contribuição positiva na conta, crescendo 0,6%.
No caso dos serviços, o principal aumento foi na área de informação e comunicação (2,1%). Outras atividades de serviços (1,7%), atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (1,5%), atividades imobiliárias (1%) e comércio (0,8%) também foram destaques.
Em relação à indústria, o avanço mais importante foi registrado na indústria de transformação (1,3%). A construção, por outro lado, caiu 1,7%.
Tudo isso em conta, a oferta foi alta. O consumo das famílias, que é um bom indicador para se notar em que nível de aquecimento ou não a economia brasileira está, cresceu 1,5% no trimestre. O consumo do governo também registrou alta, ficando em 0,8%. Por outro lado, a produção agropecuária recuou 0,9%.
Via de regra, é recomendável que a expansão do PIB seja convertida em investimentos produtivos na própria economia. Esse indicador é conhecido pelo nome de Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) e teve alta no terceiro trimestre de 2024: 2,1%.
Também aumentou a própria taxa de investimento na economia. No segundo trimestre deste ano, por exemplo, a taxa foi de 16,4% do PIB. Agora, o percentual avançou para 17,6%. Esse número é o maior para o período desde 2022, quando ficou em 18,3% de tudo o que foi produzido pela economia brasileira.
Em termos de comércio internacional, a economia brasileira viveu um pêndulo no terceiro trimestre deste ano. Isso aconteceu porque as importações cresceram (1%), mas as exportações registraram queda (-0,6%).