De acordo com informações publicadas pelo G1 Piracicaba, com base em dados da Secretaria Municipal de Saúde de Limeira (SP), os atendimentos relacionados a transtornos mentais na rede pública municipal cresceram 12,9% em 2024 em comparação com 2023. O levantamento foi feito pela prefeitura em resposta a um requerimento da Câmara Municipal e também encaminhado ao portal de notícias.
Segundo a matéria do G1, os principais diagnósticos entre os pacientes da rede foram episódios depressivos e transtornos de ansiedade. Embora entre 2022 e 2023 tenha havido uma queda nos atendimentos, os números voltaram a subir no ano passado.
Mulheres são maioria nos atendimentos
Os dados indicam que as mulheres representam a maior parte dos atendimentos. Sete em cada dez pessoas que procuraram ajuda por conta de depressão eram mulheres. No caso dos transtornos de ansiedade, elas somaram 64% do total de pacientes.
De acordo com a Secretaria de Saúde, entre os principais fatores associados aos quadros de sofrimento psíquico nas mulheres atendidas na rede municipal estão:
Sobrecarga de trabalho e dupla jornada (profissional e doméstica), sobretudo em casos de mulheres chefes de família;
Conflitos familiares e relacionamentos abusivos, incluindo episódios de violência doméstica;
Desemprego ou instabilidade financeira;
Isolamento social e ausência de redes de apoio;
Experiências de luto ou perdas afetivas;
Em alguns casos, histórico de abuso sexual ou traumas na infância.
Medicamentos mais distribuídos
Conforme ainda relatado pela reportagem do G1, entre 2022 e 2025, a maioria dos medicamentos psicotrópicos entregues pela rede pública foi destinada a mulheres. Das 53,5 milhões de unidades distribuídas, 67,4% foram para o público feminino.
Acompanhe abaixo a evolução da distribuição:
2022: 9.547.520 unidades (dados parciais)
2023: 17.996.575 unidades
2024: 18.237.635 unidades
2025: 7.818.170 unidades (dados parciais até o momento)
Os psicotrópicos mais entregues foram:
Alprazolam
Clonazepam
Cloridrato de sertralina
Cloridrato de fluoxetina
Cloridrato de venlafaxina
Rede de apoio e grupos terapêuticos
Segundo a prefeitura, a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) da cidade conta com 128 profissionais em atuação. Também há uma ampla rede de grupos terapêuticos e de educação em saúde mental, sendo a maioria frequentada por mulheres — embora a participação não seja exclusiva deste público.
Os grupos acontecem nas seguintes Unidades Básicas de Saúde (UBSs): Boa Esperança, Nova Suíça, Aeroporto, Ernesto Kühl, Dores e Belinha Ometto. Já no CEMA, há um grupo voltado a pais atípicos, com suporte psicológico e grupo de ambiência.
Nos CAPS e Centro de Terapia Intensiva (CTI), são oferecidos diversos grupos:
Grupo de acolhimento
Grupo terapêutico para mulheres
Grupo terapêutico misto
Grupo de acolhimento para pessoas idosas
Grupo terapêutico para homens
Grupo de psicoeducação para pessoas com uso de álcool
Grupo de horta e jardinagem
Grupo psicoterapêutico de enfrentamento à violência contra a mulher
Grupo de família
Grupo de arteterapia
CineCaps
Grupo de gênero e sexualidade
Grupo de alongamento e caminhada
Grupo de hidroginástica
Grupo de geração de renda
Grupo de ouvidores de vozes
Grupo de passeios
Embora muitos sejam abertos a todos os públicos, segundo a secretaria, a maioria das participantes são mulheres.
Efetividade do tratamento e novas estratégias
A matéria do G1 também destaca que, atualmente, a taxa média de efetividade dos tratamentos oferecidos pela rede de saúde mental de Limeira é de 37%, com base em critérios como adesão ao tratamento, redução de internações e relatos de melhora clínica.
A prefeitura avalia a ampliação dos grupos terapêuticos, com foco em prevenção e promoção de comportamentos saudáveis. A proposta inclui a contratação de mais profissionais e melhorias na estrutura física para os encontros.
Entre as ações futuras em estudo, estão:
Uso de fitoterápicos
Implantação do método Friends (voltado à promoção da resiliência emocional)
Expansão das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS), como meditação e aromaterapia
A meta, conforme a Secretaria Municipal de Saúde, é aprimorar os serviços a partir da estratificação de risco realizada nas UBSs, identificando os principais motivos que levam ao encaminhamento para atendimento especializado.
> Fonte: G1 Piracicaba, com dados da Secretaria Municipal de Saúde de Limeira.
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Foto: internet









