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    O que muda com o fim do controle cambial na Argentina

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    Já era tarde da noite da última sexta-feira 11 quando o presidente da Argentina, Javier Milei, foi à rede nacional de rádio e TV para anunciar que, dali para frente, teria início a chamada ‘fase 3’ do plano econômico do seu governo. A escolha do horário pouco habitual – pouco depois das 22 horas – não aconteceu por acaso, já que a ideia era fazer o anúncio fora do horário de funcionamento do mercado.

    De lá para cá, a especulação deu o tom do final de semana na Argentina, uma vez que, nesta segunda-feira 14, entra em vigor uma profunda – e aguardada mudança – no controle cambial feito na Argentina sobre o dólar, a moeda norte-americana, que, há décadas, serve como referência para a economia do país. Tradicionalmente, é o dólar que serve de termômetro para se saber a economia argentina vai bem ou mal.

    Mudança monetária

    Basicamente, Milei anunciou o fim do controle cambial sobre o dólar, que, na Argentina, é conhecido como “cepo”. Com isso, o governo libertário descontinuou uma regra vigente desde 2019, que determinava que cada pessoa física só podia comprar até 200 dólares por mês. A regra anterior foi aprovada no governo Mauricio Macri e intensificada na gestão Alberto Fernández, buscando evitar a fuga de capitais.

    A nova diretriz sobre como os argentinos podem comprar a moeda norte-americana é apenas o ângulo mais visível de uma mudança mais profunda. Para que isso seja possível, o Banco Central da República Argentina (BCRA) também anunciou que o peso – a moeda local – vai passar a ser negociado dentro de uma faixa de 1.000 a 1.400 pesos por dólar. 

    Esse regime é conhecido como ‘banda cambial’ e faz com que, na prática, a entidade monetária esteja atenta à necessidade, se for o caso, de vender dólares para manter o país dentro do intervalo citado. Dentro dessa regra, as bandas serão atualizadas em 1% ao mês. 

    Antes, porém, a Argentina ficava mais suscetível a ajustes permanentes na sua moeda. Pouco depois de chegar ao poder, Milei levou a cabo a regra que estabelecia que o peso passaria por ajustes graduais, cujo teto não podia passar de 2% ao mês. O primeiro sinal do comportamento do peso diante do dólar foi dado logo no início da manhã desta segunda-feira 14, quando a cotação do dólar oscilou de 1.190 a 1.250 pesos.

    Exigência do FMI

    A nova ordem monetária não deixou de ter influência externa, já que as mudanças só saíram do papel graças ao acordo que a Argentina que fez o Fundo Monetário Internacional (FMI) envolvendo um empréstimo de 32 bilhões de dólares. 

    A maior parte do montante – 19,6 bilhões de dólares – será liberada nesta terça-feira 15, incluindo recursos não apenas do FMI, mas do Banco Mundial, do BID até de um acordo de recompra do próprio BCRA.

    O FMI e o governo Milei passaram os últimos meses negociando os termos do acordo, bem como tentando estabelecer como o controle cambial poderia ser finalizado. A Casa Rosada buscava um tento de banda mais baixo que o atual – algo na casa dos 1.200 pesos –, mas não foi atendido pelo Fundo. Diante desse quadro, uma dúvida a ser respondia diz a respeito ao tamanho do ímpeto dos argentinos a buscarem dólares – agora, livremente – e qual os efeitos sobre o câmbio. 

    O mercado, assim, tende a passar por um período de volatilidade, o que, a depender dos desdobramentos, poderá fazer o governo ter que vender reservas mais cedo ou mais tarde do que o esperado.

    O ministro da Economia, Luis Caputo, não deu mostras de estar preocupado com a volatilidade.”Não nos importa o que acontecer no primeiro dia, porque estamos convencidos da sustentabilidade do plano”, disse a interlocutores, segundo o jornal La Nación. “Quando assumimos, muitos empresários apostaram em um dólar a 3.000 pesos e perderam. Agora sabemos que não há nenhum fundamento para se preocupar”, afirmou.

    A chancela do FMI ao plano de ajuste fiscal promovido por Milei desde que chegou à Casa Rosada ganha força com a confirmação do empréstimo, mas um nome de peso chegará a Buenos Aires nesta segunda-feira 14 para tratar dos rumos da saúde econômica do país vizinho: Scott Bessent, secretário do Tesouro dos Estados Unidos e peça central na atual disputa comercial promovida pelo governo Donald Trump contra a China. Ele vai se encontrar com o presidente argentino e com Caputo.

    “Durante suas reuniões na Argentina, o secretário Bessent reiterará o firme apoio dos Estados Unidos à implementação contínua da robusta agenda econômica do Presidente Milei e incentivará a comunidade internacional a apoiar integralmente os esforços de reforma econômica”, sintetizou o Tesouro dos EUA.

    O que o governo Milei espera

    A queda do ‘cepo’ e as mudanças na política monetária têm o objetivo de fazer com que o peso se valorize. Essa, pelo menos, é a expectativa do governo argentino, que aposta na capitalização do BCRA. Atualmente, a entidade monetária do país vizinho tem uma reserva negativa em 5,6 bilhões de dólares, mas a Casa Rosada faz as contas para que o BCRA termine o ano com um saldo positivo de 4 bilhões de dólares.

    O pacote ainda inclui a autorização para que acionistas estrangeiros sejam beneficiados com a distribuição de lucros, já a partir do exercício financeiro deste ano. 

    Para o governo Milei, se a Argentina registrar déficit fiscal, isso não será condição para que o BCRA emita pesos, o que era um constante nos anos anteriores. Entretanto, caso o Banco Central precise comprar dólares para manter a cotação no piso da banda citada, será permitida a circulação de pesos eventualmente injetados na economia do país. Na prática, isso significaria que os argentinos estariam tendo uma demanda real por dinheiro, e o BCRA não teria outra alternativa, senão remonetizar a economia.

    Informações são do site Carta Capital, Clique aqui

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