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    Senado aprova uso da linguagem simples em órgãos públicos – Política – CartaCapital

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    O Senado aprovou nesta quarta-feira 12 um projeto de lei  que obriga todos os órgãos públicos do país a usarem linguagem simples para se comunicarem com a população.

    A linguagem simples já é praticada em vários países e tem por objetivo principal ajudar todos os cidadãos e cidadãs a encontrar, entender e usar informações publicadas por órgãos e entidades da administração pública.

    O PL 6.256/2019, da deputada federal Erika Kokay (PT-DF), teve voto favorável do relator, o senador Alessandro Vieira (MDB-SE), com mudanças. Agora, a proposta seguirá para revisão da Câmara dos Deputados.

    “O objetivo é garantir que a comunicação estatal seja sempre feita em linguagem clara, transparente, compreensível pelo cidadão médio brasileiro, fugindo de expressões demasiadamente técnicas (o famoso ‘juridiquês’) e garantindo que a gente tenha a democracia implementada de verdade”, afirmou Alessandro Vieira no Plenário.

    Clareza

    O projeto cria a Política Nacional de Linguagem Simples para fazer com que os documentos oficiais do Executivo, Legislativo e Judiciário da União, de estados, municípios e do Distrito Federal tenham uma redação clara e acessível a todas as pessoas. A ideia é evitar a linguagem cheia de formalidades e termos técnicos e de difícil compreensão e incentivar uma comunicação clara para facilitar o entendimento pela população.

    “Nós precisamos nos comunicar com as pessoas e elas precisam compreender perfeitamente qual é a intenção do Poder Público em suas declarações e manifestações”, afirmou o senador Humberto Costa (PT-PE), que presidiu a votação.

    Cidadania

    Para o relator, a mudança não é somente uma questão técnica, mas um compromisso ético e jurídico com a transparência, a equidade e a democracia. Ele afirma que o projeto de lei busca “fortalecer o pleno e integral exercício da cidadania, facilitando a compreensão dos cidadãos, ao prever a utilização, nas comunicações oficiais, de elementos de linguagem simples, clara, direta e objetiva”.

    A deputada Erika Kokay é autora do projeto de lei que obriga o uso de linguagem simples em documentos oficiais.
    Foto: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados

    Transparência

    A autora, por sua vez, argumenta que o uso da linguagem simples pode também reduzir custos administrativos e o tempo gasto com o atendimento ao cidadão, além de promover a transparência ativa e o acesso à informação pública de forma clara. Erika Kokay diz ainda que a mudança vai facilitar a participação popular e o controle social e ajudar na compreensão de pessoas com deficiência.

    Dicas

    O projeto apresenta algumas técnicas e dicas para a escrita com linguagem simples:

    • usar frases curtas, em ordem direta e na voz ativa;
    • desenvolver uma ideia por parágrafo;
    • usar palavras comuns, de fácil compreensão;
    • usar sinônimos de termos técnicos e de jargões ou explicá-los no próprio texto;
    • evitar palavras estrangeiras que não sejam de uso corrente;
    • não usar termos pejorativos;
    • escrever o nome completo antes das siglas;
    • organizar o texto de forma esquemática, com o uso de listas, tabelas e gráficos;
    • apresentar primeiro as informações mais importantes;
    • não usar novas formas de flexão de gênero e de número;
    • evitar frases intercaladas;
    • evitar o uso de substantivos no lugar de verbos;
    • evitar redundâncias, palavras desnecessárias ou  imprecisas.

    Na comunicação oficial com comunidades indígenas, o projeto prevê que, sempre que possível, haverá uma versão do texto em língua portuguesa e uma versão em língua indígena dos destinatários.

    Mudanças

    O relator incluiu duas emendas ao texto da Câmara. Uma deixa claro que a linguagem simples será obrigatória em todos os Poderes da União, estados, DF e municípios. Outra define que as pessoas com deficiência são público-alvo específico da linguagem, não apenas as pessoas com deficiência intelectual.

    Foram retirados trechos aprovados na Câmara, como a obrigatoriedade de observância do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (Volp) na linguagem simples. Também foi retirada a exigência de elaboração de duas versões — uma original e outra em linguagem simples.

    Ele também retirou exceção aos municípios com menos de 50 mil habitantes, que seriam desobrigados do uso da linguagem simples. Assim, a obrigação passa a alcançar todos os municípios.

    Informações são do site Carta Capital, Clique aqui

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