Após cobranças, Fortnort informou que zerou fila de protocolos de lâmpadas queimadas, mas população ainda espera modernização.
A novela da iluminação pública em Limeira ganhou um novo capítulo nesta quinta-feira (26), com a Comissão de Obras da Câmara Municipal anunciando que a situação dos protocolos de troca de lâmpadas queimadas finalmente foi normalizada. Após meses de escuridão em diversas vias da cidade, a empresa Fortnort – responsável pelo serviço – entregou o que, na prática, não deveria ter saído do controle: a simples reposição da luz.
Durante reunião transmitida ao vivo pelo YouTube da Câmara, representantes da Secretaria de Obras, da Fortnort e vereadores comemoraram o que chamaram de “compromisso cumprido”. Segundo o engenheiro da empresa, André Luis Sermarini, só no mês de maio foram mais de 2 mil protocolos abertos. Um esforço emergencial zerou a fila que, em maio, chegou a 314 solicitações pendentes. Hoje, são cerca de 100, considerados “dentro da normalidade”.
“É justo dizer que esta Comissão foi fundamental para este restabelecimento. Nos empenhamos, cobramos e acompanhamos”, afirmou o vereador Helder do Táxi (PSD), presidente da Comissão. A fala, embora legítima, levanta a questão: se uma simples manutenção rotineira exige esse nível de pressão política, como esperar avanços reais na infraestrutura?
A população segue no escuro sobre outra situação que parece ter sido esquecida: a troca da iluminação por LED. A modernização, que traria mais eficiência e economia aos cofres públicos, ainda não saiu do papel totalmente. Enquanto isso, Limeira segue substituindo lâmpadas convencionais como se estivéssemos em outra década.
Durante a reunião, também foi reforçada a importância dos munícipes abrirem protocolo pelo serviço 156 ou pelo aplicativo E-Ouve, detalhando ao máximo a localização da lâmpada queimada. A burocracia, aliás, continua firme: se um pedido for mal descrito, ele pode ser encaminhado à empresa errada – e você, cidadão, volta para a fila.
Outro ponto que chamou atenção foi o custo do serviço. A Fortnort afirmou que está operando no prejuízo: recebe R$ 18 por visita, mas o custo real seria de R$ 50. O contrato termina em agosto, mas a empresa já sinalizou interesse na renovação, desde que os valores sejam reajustados.
E a pergunta que não quer calar: com tanto empenho para resolver o básico, quando Limeira finalmente vai ver a luz da iluminação de LED?
Por enquanto, a cidade comemora o fim da fila das lâmpadas queimadas. Mas o brilho das lâmpadas de LED que a população espera continua sendo só promessa do passado