No Saia Justa de quarta (20), Tati Machado refletiu sobre como seu casamento com um homem preto a fez repensar seus privilégios de mulher branca e enxergar mais claramente seu papel na luta antirracista. A jornalista contou que já viu de perto o racismo que o companheiro, Bruno Monteiro, sofre e explicou como isso a fez se tornar uma pessoa muito mais questionadora.
A apresentadora falou sobre como o Dia da Consciência Negra faz com que ela também fique reflexiva sobre questões que atravessam, de alguma forma, seu casamento. “É uma data que me faz refletir muito sobre meus privilégios. Meus privilégios como mulher branca”, declarou.
“Eu penso muito na relação que eu tenho com o meu marido, porque eu sou casada com um homem preto, e o quanto que eu passei a entender mais dos meus privilégios dentro dessa relação, vivendo essa relação, e de como eu me tornei uma pessoa muito mais questionadora”, afirmou ela.
“Não só questionadora da piada alheia, da piada racista que muitas vezes acontece dentro das minhas bolhas, mas também das atitudes que eu vejo, principalmente com as coisas que eu vivo, presencio, junto com meu marido.
É muito bom, porque essa data faz com que a reflexão aumente até dentro dos nosso próprios lares. Coisa que não acontecia muito”, acrescentou.
De acordo com Tati, a data evidencia mais a necessidade de se pensar e falar sobre racismo, além de criar uma consciência em pessoas brancas sobre seus privilégios.
“Eu acho que todo mundo tem lá os seus problemas, suas dificuldades na vida, mas quantas vezes eu já não escutei discursos de pessoas brancas dizendo: ‘nossa, já passei por dificuldade, pra me alimentar, financeira’, mas não há comparação, ainda assim vai ser dentro de um privilégio”, comentou.
“Eu só tomei essa real consciência quando eu passei a me relacionar com o Bruno e ter vivências, que não são vivências fáceis. Mesmo quando você prospera, quando a vida vai melhorando…”, contou ela. “A vida te lembra que você é preto”, complementou Rita Batista, e Tati concordou totalmente com a colega.
A jornalista comentou que sempre faz um exercício de ir aos lugares com o marido e procurar quantas pessoas pretas tem dentro do local que estão frequentando. “É raro a gente realmente ver”, lamentou.
“Que bom que isso tá dentro da pauta na minha vida, e acho que isso faz com que eu consiga, de alguma maneira, expandir e entender que eu posso ter um lugar nessa luta antirracista”, finalizou ela.